Pesquisa do Sebrae aponta que, no Sudeste, 37% dos pequenos negócios são gerenciados em sociedade entre parentes
Para identificar a proporção de empresas familiares no universo dos pequenos negócios formais no Brasil, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) realizou um mapeamento que aponta cerca de uma a cada três empresas no Brasil gerenciadas por parentes.
O objetivo da pesquisa foi avaliar a situação dos pequenos negócios no final de 2018, bem como as perspectivas para 2019. As entrevistas foram realizadas por telefone com 5.870 empresas entre os meses de agosto e setembro de 2018. Precisamente, 32,2% dos empresários declararam que possuem algum parente como sócio do empreendimento.
Quando os dados focam na região Sudeste, a margem aumenta ainda mais. Entre os pequenos negócios, 37% são gerenciadas em sociedade por parentes. O gráfico também apresenta a caracterização de sócios em cada nível de escolaridade e faixa etária no Brasil. A maior representatividade de empresários com sócios parentes (42%) aparece entre os que possuem nível superior ou pós-graduação. Já entre os empresários com até o fundamental completo, apenas 15% possuem sócio parente. Em relação à idade, os empresários com 65 anos ou mais são os que mais apresentam sócios parentes (45%). Já entre os empresários com até 24 anos esse percentual cai para 26%.
Para o analista de atendimento do Sebrae ES, Carlos Perrin, independente do grau de escolaridade e da idade dos sócios e parentes, há questões fundamentais para se considerar antes de abrir um negócio em família, como divisão de tarefas e separação de assuntos particulares e profissionais.
“É preciso que cada sócio assuma funções determinadas e que tenha autonomia em suas decisões. Além disso, é fundamental que questões familiares fiquem fora do ambiente profissional para que o negócio cresça independente” orientou.
Esse é o caso das irmãs Kamilla (26) e Karolline Zanelato (32), sócias no ateliê de noivas Milla Karolie, no Centro de Vitória. Kamilla é formada em designer de moda e cuida da parte de criação e atendimento das noivas e Karolline é formada em marketing, com pós-graduação em gestão empresarial, e cuida do administrativo da loja. Ela conta que acompanham o empreendimento desde crianças, já que o ateliê foi fundado pela mãe, Sônia. Por conta disso, desde cedo puderam unir suas habilidades com as necessidades do negócio.
“Nossa mãe abriu o ateliê há 35 anos e por estarmos à frente do negócio hoje e por sermos família, percebo um comprometimento maior o negócio. Nosso trabalho é integrado de acordo com as potencialidades de cada uma. Em família você se doa mais, tem mais equilíbrio e senso de responsabilidade, porque há vidas que você ama afetadas pelo sucesso de todas”, afirmou.