O estado de São Paulo registrou, no ano passado, o maior número de acidentes com escorpiões nos últimos 30 anos – um total de 30.707 casos, além de 13 mortes. Dados do Centro de Vigilância Epidemiológica mostram que a curva de notificações mantém-se em ascensão desde 2012. Nos primeiros dois meses deste ano, 4.025 casos já haviam sido contabilizados no estado, incluindo dois óbitos.
Em janeiro, o Ministério da Saúde alertou que o período do verão, de dezembro a março, exige mais cuidado em relação aos acidentes com escorpiões, já que o clima úmido e quente é ideal para o aparecimento desse tipo de animal, que se abriga em esgotos e entulhos.
De acordo com o ministério, os escorpiões que habitam o meio urbano alimentam-se principalmente de baratas e são comuns também em locais próximos a áreas com acúmulo de lixo.
Prevenção
Para evitar a entrada de escorpiões em casas e apartamentos, recomenda-se usar telas em ralos de chão, pias e tanques, vedar frestas nas paredes e colocar soleiras nas portas. Outras medidas são afastar camas e berços das paredes e examinar roupas e calçados antes de usá-los.
Em áreas externas, as principais dicas são manter jardins e quintais livres de entulho, folhas secas e lixo doméstico. Também é importante manter todo o lixo da residência em sacos plásticos bem fechados para evitar o aparecimento de baratas, que servem de alimento e, portanto, atraem os escorpiões.
Em casas que têm gramado, este deve ser mantido aparado. Também não se deve pôr a mão em buracos, embaixo de pedras ou em troncos apodrecidos e usar luvas e botas de raspas de couro durante atividades que representem risco, como manusear entulho e material de construção, e em trabalhos de jardinagem.
Nas áreas rurais, além de todas essas medidas, o Ministério da Saúde alerta que é essencial preservar os chamados inimigos naturais dos escorpiões, como lagartos, sapos e aves de hábitos noturnos, como a coruja.
Não se recomenda, porém, o uso de produtos químicos (pesticidas) para o controle de escorpiões. Os produtos, além de não terem, até o momento, eficácia comprovada para o controle do animal em ambiente urbano, podem fazer com que estes deixem seus esconderijos, aumentando a chance de acidentes, alerta o Ministério da Saúde.
O que fazer
Em caso de acidente com escorpião, a orientação da pasta é ir imediatamente ao hospital de referência mais próximo e, se possível, levar o animal ou uma foto para identificação da espécie, permitindo uma avaliação mais eficaz sobre a gravidade do acidente.
A pasta alerta que nem todo caso de acidente desse tipo tem indicação para uso do soro – casos leves, que não necessitam da aplicação do antiveneno, representam cerca de 87% do total.
O soro é indicado em casos moderados ou graves. Limpar o local da picada com água e sabão pode ser uma medida auxiliar, desde que não atrase a ida ao serviço de saúde.
Fonte: Agência Brasil