Stephen Merkowitz, gerente do projeto espacial Geodésia da NASA, irá visitar o ROEN, no Estado do Ceará, e a Universidade Mackenzie em São Paulo, para renovar a parceria com o Mackenzie, e conhecer de perto o trabalho dos engenheiros do Centro de Radioastronomia e Astrofísica Mackenzie (CRAAM) no ROEN.
Devido à qualidade e aos bons resultados obtidos pelo Rádio Observatório Espacial do Nordeste (ROEN), localizado na unidade do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE), em Fortaleza, o gerente do projeto de Geodésia Espacial da NASA, Stephen Merkowitz, estará no Brasil até hoje, 26, para conversar sobre os termos da renovação do convênio com o Mackenzie por mais cinco anos.
Desde 1993, o Rádio Observatório Espacial do Nordeste – parte de uma rede mundial de radiotelescópios – é responsável por realizar observações geodésicas que resultam na determinação de parâmetros de orientação da Terra. Esses parâmetros são depois utilizados para monitorar a posição e trajetória de satélites e detectar irregularidades na rotação da Terra. Com uma grande antena de 14,2 metros de diâmetro, dotada da mais moderna e sofisticada instrumentação eletrônica, a maior do Brasil, as atividades no ROEN são atualmente coordenadas pelo Centro de Rádio Astronomia e Astrofísica (CRAAM) da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), São Paulo, em cooperação com o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
O Rádio-Observatório integra a rede internacional de VLBI (Very Long Base Line Interferometry, ou numa tradução livre algo como: interferometria de muito longa linha de base), contribuindo para o IERS (Serviço Internacional da Rotação da Terra) e na definição e monitoramento dos sistemas de referência terrestre e celeste.
“Há um esforço mundial para que as medidas de irregularidades da rotação da Terra também possam ser usadas para a previsão de catástrofes naturais como terremotos, tsunamis, atividades vulcânicas, deslizamentos, enchentes etc. Igualmente importante são os ajustes necessários devido a irregularidades da rotação da Terra, sem os quais satélites (por exemplo do tipo GPS) podem fornecer informações incorretas, ou simplesmente se perder no Espaço. Por isso, a continuidade das atividades do ROEN é extremamente importante para providenciar novas bases de observação cada vez mais precisas e modernizar a instrumentação existente”, diz o cientista Jean Pierre Raulin, doutor em física, professor da UPM e coordenador do CRAAM.
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