ara driblar a crise, compartilhar espaços é uma tendência no varejo e na oferta de serviços
A economia colaborativa é uma tendência que está revolucionando negócios e transformando o comércio e os serviços no mundo todo. Empreendedores de segmentos diferentes, que conversam com o mesmo público, se unem para oferecer um ambiente que proporcione vivência diferenciada, com troca de ideias e consumo diversificado. Boa alternativa também para driblar a crise, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Espírito Santo (Sebrae ES) apresenta as vantagens desse modelo de negócio e orienta empreendedores que pretendem aderir a tendência.
A loja colaborativa funciona como um espaço coletivo onde os empresários comercializam diretamente os seus produtos e serviços com as vantagens de uma loja física, sem terem que investir recursos em um ponto comercial próprio. Segundo o superintendente do Sebrae ES, José Eugênio Vieira, outra vantagem do mercado colaborativo é a redução de gastos, por conta da simplicidade e praticidade do modelo.
“As lojas colaborativas são uma alternativa vantajosa porque há compartilhamento de custos, para divulgação e comercialização dos produtos e serviços, o que contribui para a fidelização de do consumidor e, consequentemente, para a consolidação da marca ou imagem dos produtos ou serviços”, afirmou.
Geralmente, as lojas colaborativas comercializam produtos de diferentes segmentos, como roupas, presentes, artesanatos, acessórios de decoração, utilidades domésticas, entre outros, e de diferentes pessoas em um mesmo local, com custos que podem variar de acordo com o tamanho do espaço utilizado pelos produtos. No entanto, existe uma tendência de lojas especializadas em um segmento de público, como as de artigos para crianças (roupas, calçados, brinquedos e peças de enxoval e utensílios infantis).
Esse é o caso do Bunker 27, estúdio de tatuagem na Praia da Costa, em Vila Velha. A proprietária do estúdio, Gê Becker, cedeu espaço no estúdio para a venda de roupas e acessórios que também atendem ao público que busca novas tatuagens. “Nós pensamos no perfil do nosso público. Uma galera atualizada, contestadora e que se importa com estilo e conceito ao escolher o que vestir e usar. Também fazemos eventos temáticos, onde cedemos espaço para artistas, fotógrafos e músicos apresentarem seus trabalhos”, explicou a tatuadora.
Sobre a harmonia impressa em espaços colaborativos, a Duas Delas é outro bom exemplo. Por lá, as marcas de vestuário Sereias Beachwear, Lupino, Lily e E4L Store, além de quadros da artista Rafaela Tressmann e o atelie Terra Livre, de cactos em concreto, se juntaram com a mesma proposta: expor e comercializar seus produtos com as vantagens de uma loja física, sem que cada uma tivesse que investir recursos em um ponto comercial próprio.
Quem propôs o compartilhamento do espaço, localizado no bairro Bento Ferreira, em Vitória, foram as empresárias Juliana Silveira e Jéssica Nepomuceno. Segundo Juliana, o que aconteceu já nos primeiros meses do empreendimento foi a ampliação do público de todas as marcas. “Somos um verdadeiro time e buscamos apresentar propostas os outros expositores para os clientes que já chegam na loja com o um objetivo específico. O conceito de colaboração vai além do espaço físico. Nós buscamos interação com marcas e artistas que conversem com nosso público e conceito em eventos, como aconteceu recentemente no Vitória Moda”, comentou Juliana.
DICAS IMPORTANTES:
Cada loja colaborativa tem sua própria política para a seleção de expositores, no entanto, o Sebrae ES aponta aspectos principais a serem observados na escolha de uma loja colaborativa.
Conheça a loja colaborativa
· Observe o movimento do local em dias e horários diferentes. Avalie o público consumidor dessa loja. Observe o perfil dos expositores. Converse com quem já participa desse modelo de negócio. Assim, será possível verificar a compatibilidade dessas características com o seu negócio.
Conquiste o cliente
· Elabore estratégias para conquistar o cliente.
· Defina onde e como seu produto será exposto. Escolha cuidadosamente o espaço que seus produtos vão ocupar na loja. O ideal são nichos médios.
· Evite misturar segmentos diferentes quando expuser o seu produto. Isso pode atrapalhar a comunicação com o cliente.
Acordo colaborativo
· Informe-se sobre as responsabilidades no caso de furto ou possíveis problemas com os produtos.
· Verifique se o responsável pela venda conhece bem o produto.
· Monitore as suas vendas. Verifique o estoque e saiba quais produtos são mais comercializados e conheça o gosto dos clientes.