Moradores de três comunidades de Iconha, no Sul do Espírito Santo, colocaram fogo em pneus e bloquearam a passagem de máquinas, nesta terça-feira (11), em protesto por causa da falta de local de passagem para pedestres e ciclistas na região do Contorno.
Eles afirmam que o bloqueio vai durar enquanto o pedido não for atendido.
A obra na rodovia é realizada pela concessionária Eco 101, para tirar o trânsito pesado do Centro de Iconha. São quase 8 km de pista duplicada. A previsão era entregar a obra ainda neste mês.
A concessionária informou que já fez mudanças que atendem aos pedidos dos moradores, mas descartou a construção de um túnel, alegando uma questão técnica. Sobre o protesto, a Eco disse que espera uma decisão da Justiça.
De acordo com os moradores, quem quiser seguir de carro em direção a Iconha consegue fazer o retorno à frente, no trevo que está sendo construído.
O problema é para quem anda a pé, de bicicleta ou utiliza algum animal como meio de transporte, porque vai ter que dividir a pista com os carros, no acostamento e na contramão.
“São cerca de 130 famílias, em duas comunidades, de Tinga e São João, que fazem esse trajeto há muito tempo. Essa reivindicação da comunidade é a travessia, de andar quase um quilômetro, no acostamento da BR, junto aos carros, em altíssima velocidade. Isso traz um transtorno muito grande para quem transita nesse percurso”, falou o produtor rural Daniel Polinini.
Para o agricultor Vinícius Garcia, a melhor opção seria a melhoria de um túnel da região. “O mais viável para nossa comunidade seria passar lá no túnel que dá acesso a Iconha mesmo. A gente está reivindicando um túnel de quatro metros para passar lá”, disse.
No entanto, além de longe para a comunidade, falta iluminação no túnel. “Eu trabalho muito à noite. Como eu vou passar ali uma hora da manhã, meia-noite, com esse índice de criminalidade que a gente encontra, hoje, no Brasil”, destacou o morador Valdinei Cardoso.
O aposentado Mário Garcia costuma caminhar até Iconha, mas está preocupado de ter que dividir espaço com os carros. “É muito difícil vir a pé e aqui não ter lugar para passar”, declarou.