Nesta quarta-feira (14/03) é lembrado o Dia Mundial da Conscientização sobre a Incontinência Urinária, problema que causa a perda involuntária de urina. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) estima que cerca de 10 milhões de brasileiros tenham algum grau da disfunção, que afeta duas vezes mais as mulheres.
De acordo com a SBU, cerca de 30 a 40% das mulheres com mais de 40 anos apresentam algum grau de incontinência. Rafael Buta, médico urologista da Aliança Instituto de Oncologia destaca que, apesar de ser mais frequente em pessoas mais velhas, a doença pode aparecer em todas as idades.
Ele explica ainda que essa condição pode ser classificada como incontinência aos esforços, incontinência de urgência ou incontinência urinária mista. A primeira é aquela em que o paciente perde urina quando realiza alguma manobra que aumenta a pressão dentro do abdômen, como tosse, espirro, gargalhadas e, nos casos mais graves, quando pega peso, sobe escadas ou levanta-se de uma cadeira, pontua Buta.
O médico complementa “ela é muito mais comum em mulheres, e tem como principais fatores de risco gravidez, obesidade e constipação intestinal”. Em homens é incomum, podendo ocorrer após operações para tratamento de doenças da próstata.
A incontinência de urgência pode ser causada por outro problema, a bexiga hiperativa, que atinge em média 12% de todos os homens e mulheres. “A sua incidência aumenta muito com a idade, podendo chegar a 80% nas pessoas com mais de 80 anos. Um terço dos pacientes com bexiga hiperativa apresenta incontinência”, pontua Dr Rafael. Já a incontinência urinária mista é quando o paciente apresenta tanto a incontinência aos esforços quanto a incontinência de urgência.
Crianças e adolescentes também estão sujeitos a apresentar incontinência urinária. Porém, nessa faixa etária, essa condição é muito mais rara, e geralmente está associada a alguma malformação neurológica congênita.
Mas, e o tratamento?
De acordo com o especialista, o tratamento para o problema inclui fisioterapia e mudança de hábitos de vida. Mas, em casos mais específicos, como de bexiga hiperativa em que os sintomas persistem após a fisioterapia, pode-se lançar mão de medicamentos que reduzem os sintomas. Pacientes com incontinência aos esforços podem precisar de cirurgia se houver falha no tratamento fisioterápico.