O comércio eletrônico poderá criar US$ 100 bilhões de valor de mercado para empresas de internet no Brasil nos próximos cinco anos, segundo estimativa de Fabrício Bloisi, presidente da Movile, empresa que desenvolve aplicativos, jogos, materiais educativos e meios de pagamento. Hoje o segmento responde por cerca de 5% das vendas do varejo no Brasil, enquanto na China esse percentual está em 20%. Os chineses têm um comércio eletrônico superior a US$ 1 trilhão, enquanto a América Latina movimenta pouco mais de US$ 25 bilhões. “Poderemos criar milhares de empregos e proporcionar crescimento para o País”, destacou Bloisi.
Para Stelleo Tolda, cofundador do Mercado Livre, o potencial do comércio eletrônico ainda é imenso. As transações pelo site cresceram 71% nesse primeiro trimestre em comparação anual. “A baixa penetração do comércio eletrônico em relação a outros países aponta que temos muito espaço para crescer. A China há dez anos tinha nosso tamanho e hoje tem 20% das vendas on-line. O uso de cartões de crédito era baixo lá, e eles queimaram etapas e passaram a usar muito os meios móveis. Podemos queimar etapas também”, disse ele. Os aplicativos já respondem por cerca de metade da receita do Mercado Livre. Há dez anos esse percentual era ínfimo. “Isso facilitou o acesso à internet, que era um gargalo maior anteriormente.”
A presidente da Magazine Luiza, Luiza Trajano, disse que a logística deficiente no Brasil tem estimulado respostas da sua empresa, como a criação de minicentros de distribuição em lojas físicas, principalmente no interior do País. “A entrega nas lojas físicas fica mais barata para nós e para o consumidor”, disse Luiza, ressaltando que 60% da população brasileira têm renda familiar até R$ 2 mil. “Todos me perguntam se eu tenho medo da chegada da Amazon, mas é bom ver que o Brasil são dez Brasis, há muitas particularidades, diferenças regionais, questões logísticas e tributárias. Mas é bom ter concorrência de nível.”
Para a secretária executiva do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Yana Sobral Alves, um trabalho crescente do governo tem sido manter um olhar coordenado sobre as regulações que vão surgindo e podem ser um obstáculo ao comércio eletrônico. Ela também acrescentou que o governo tem se dedicado à desburocratização, que poderia proporcionar ganhos rápidos para o setor produtivo. “No caso do comércio eletrônico, eliminar a burocracia renderia ganhos de 3% a 4% na veia”, disse Luiza Trajano, do Magazine Luiza.
Fonte: Brasil.gov.br