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domingo, 22 de dezembro de 2024
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Dia da Conscientização da Insuficiência Cardíaca alerta ao impacto na qualidade de vida com o desconhecimento da doença

Dia da Conscientização da Insuficiência Cardíaca alerta ao impacto na qualidade de vida com o desconhecimento da doença
  • No Brasil, quase 3 milhões pessoas são afetadas pela insuficiência cardíaca1
  • Estudo internacional mostra que tratamento possibilita retorno do paciente a atividades físicas e sociais6
  • Pacientes com insuficiência cardíaca e diabetes também podem ter mais complicações renais7

6 de maio marca o Dia da Insuficiência Cardíaca nos calendários da Europa e Estados Unidos em alusão a importância da conscientização da doença. No Brasil, sozinha, a doença afeta 2,8 milhões de brasileiros1 e é responsável por 219 mil internações anualmente2. Tais números tornam a insuficiência cardíaca a segunda principal doença cardíaca no país1, atrás apenas do infarto do miocárdio.

“A insuficiência cardíaca é uma doença que afeta o coração quando ele não consegue mais bombear o sangue com força suficiente para o corpo. Como é uma doença crônica, afeta cada vez mais o paciente e pode incapacitar as atividades do dia a dia”, explica o Dr. Dirceu Almeida – professor da Disciplina de Cardiologia da Universidade Federal de São Paulo e Responsável pela Divisão de Insuficiência Cardíaca e Transplante Cardíaco da UNIFESP.

A insuficiência cardíaca é a doença do coração que mais causa internações em pessoas acima de 65 anos3,4 no país. Também tem números alarmantes em relação a mortalidade, sendo mais fatal que diversos tipos de câncer, como o de mama em mulheres e o de colorretal em homens5.

“Essa é uma doença com alta mortalidade no Brasil, porém muitas vezes os pacientes deixam de realizar os tratamentos. Por ser crônica, a insuficiência cardíaca irá matá-lo aos poucos e quando o paciente perceber que algo está errado, pode ser tarde demais”, alerta Dr. Manoel Canesin – professor titular de cardiologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL), PhD pela Universidade de São Paulo (USP) e presidente da Rede Brasileira de Insuficiência Cardíaca (REBRIC).

Estudos inéditos ressaltam melhoria na qualidade de vida com novo tratamento

Uma pesquisa inédita recentemente publicada no período científico internacional Journal of the American Medical Association (JAMA), mostra a possibilidade de retomada das atividades do cotidiano para os pacientes de insuficiência cardíaca com um novo tratamento6. O uso de um INRA (inibidor de neprilisina e bloqueador do receptor da angiotensina) se mostrou mais eficaz na melhora da atividade física e social dos pacientes6.

Entre os pontos avaliados, a vida sexual e a possibilidade de realizar afazeres domésticos foram os destaques nos resultados6. Os dados foram examinados após a análise de 7,6 mil relatórios de pacientes que participaram do PARADIGM-Heart Failure.

Outro estudo recém-lançado no The Lancet Diabetes & Endocrinology ainda mostrou, após a análise de 8,4 mil pacientes, que o novo tratamento ajuda a preservar os rins dos pacientes com insuficiência cardíaca e diabetes7. Para esses pacientes, a nova terapia gerou o dobro de benefício que o tratamento padrão anterior – enalapril7. A estimativa é que mais da metade dos pacientes com a enfermidade cardíaca tenham doença crônica renal moderada a severa e 40% dos pacientes com a doença deverão ter diabetes8,9.

Referências

  1. Stevens B, Pezzullo L, Verdian L et al. The Economic Burden of Heart Diseases in Brazil. World Congress of Cardiology & Cardiovascular Health 2016 Poster code: PS023.
  2. Ministério da Saúde. Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS. Internações por insuficiência cardíaca em 2015. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sih/cnv/niuf.def. Acesso em Ago 2017.
  3. Healthcare Cost and Utilization Project 2009 – disponível em www.hcup-us.ahrq.gov/reports/factsandfigures/2009/pdfs/FF_2009_exhibit2_4.pdf) – accessed on January 2016
  4. Forman et al. Influence of age on the management of heart failure: Findings from Get With the Guidelines–Heart Failure (GWTG-HF). Am Heart J. 2009;157:1010-1017
  5. Stewart et al. More ‘malignant’ than cancer? Five-year survival following a first admission for heart failure Eur J Heart Fail. 2001;3:31532210
  6. Chandra, A, Lewis, EF, Claggett, BL, et al. The Effects of Sacubitril/Valsartan on Physical and Social Activity Limitations in Heart Failure Patients: The PARADIGM-HF Trial. JAMA Cardiol. 2018.
  7. Packer Milton, Claggett Brian L, Lefkowitz Martin P., et al. Effect of neprilysin inhibition on renal function in patients with type 2 diabetes and chronic heart failure. The Lancet Diabetes & Endocrinology. 2018.
  8. Mentz RJ, Kelly JP, von Lueder TG, et al. Noncardiac comorbidities in heart failure with reduced versus preserved ejection fraction. J Am Coll Cardiol. 2014; 64(21):2281-2293.
  9. Arise GS Galil, Hélady S Pinheiro, et al. Chronic kidney disease increases cardiovascular unfavorable outcomes in outpatients with heart failure. BMC Nephrol. 2009; 10(31)