Um dos principais gargalos para o produtor de leite é lidar com o tratamento da mastite (inflamação da glândula mamária causada por microrganismos dos quais as bactérias são os principais agentes causadores). Atualmente, para se obter um diagnóstico preciso, o pecuarista chega a aguardar até 25 dias após enviar a amostra do leite coletado para análise.
Pensando em acabar com essa limitação, a Coopeavi aderiu, juntamente com um grupo de 22 produtores, a um projeto inovador e pioneiro na região noroeste do Espírito Santo, lançado pela On Farm. A empresa disponibiliza um kit para identificar as principais bactérias causadoras da mastite. O serviço está disponível na sede da Coopeavi, em Nova Venécia, onde o diagnóstico sai em 24 horas.
O kit é composto por material para coletar leite, uma cabine de trabalho portátil (minilaboratório instalado na própria cooperativa) e um aplicativo (app) que faz a gestão do controle da mastite, permitindo o monitoramento remoto pelo próprio aparelho celular do produtor ou computador.
O app gera indicadores de performance do controle da doença. O produtor precisa apenas enviar uma amostra do leite pelo veículo que faz a captação na propriedade e aguardar a informação com o resultado pelo aplicativo.
Benefícios
Na tarde desta quinta-feira (23), o grupo de cooperados, acompanhado de técnicos de campo da cooperativa, se reuniu para conhecer o funcionamento do programa.
O diretor técnico da On Farm, Eduardo Pinheiro, falou dos benefícios para o produtor de leite. “Além de reduzir a resistência bacteriana causada pelo uso indiscriminado de antibióticos, a solução possibilita melhores estratégias de controle da mastite subclínica, como segregação, interrupção da lactação e orientação de descarte do leite. Isso significa um alimento mais seguro. Estamos dando um passo à frente”, afirmou.
A iniciativa também vai auxiliar na viabilidade econômica da atividade leiteira com a diminuição do custo por evitar o descarte do leite e o uso de antibióticos sem necessidade. Quarenta por cento das mastites não necessitam ser tratadas com antibióticos.
Ainda durante o encontro, o consultor em Pecuária da MSD Saúde Animal, André Luis Silva Santos, falou sobre os protocolos de tratamento indicados para todos os tipos de mastite, conforme os resultados das análises. “Conhecer a causa é uma informação indispensável para tomada de decisão e o sucesso de qualquer programa de controle da mastite, possibilitando o tratamento mais adequado e eficiente”, concluiu.