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sbado, 21 de dezembro de 2024
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Com queda do desemprego e da inflação, economia do ES cresce 2,6% de janeiro a setembro de 2022

Com queda do desemprego e da inflação, economia do ES cresce 2,6% de janeiro a setembro de 2022

A economia capixaba acumula resultado positivo neste ano. Nos nove primeiros meses de 2022, a atividade econômica do Estado registrou crescimento de 2,6%, na comparação com o mesmo período de 2021O resultado é fruto da melhoria de alguns indicadores a nível estadual e nacional, entre eles inflação e desemprego, que caíram, consumo das famílias, que aumentou. 

Em meio a esse contexto, a agropecuária (11,3%) e o setor de serviços (5%) – que também inclui comércio e transportes -, cresceram ao longo dos três primeiros trimestres de 2022. Já a indústria geral, impactada pelas influências do mercado internacional, retraiu 4,6%.  

Os dados fazem parte do Indicador de Atividade Econômica (IAE) da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), compilados pelo Observatório da Indústria, divulgados nesta quarta-feira (14/12), em coletiva de imprensa, na sede da entidade, em Vitória.  

Segundo a presidente da Federação, Cris Samorinia melhora no quadro da pandemia dnovo coronavírus foi um dos fatores que contribuíram com os resultados positivos do Estado, já que 2022 vem sendo primeiro ano com manutenção da redução das restrições sanitárias em relação à Covid-19. 

Também tivemos a desaceleração da inflação e dos indicadores de desemprego, resultados positivos para a economia. Por outro lado, passamos pelo período de eleições para o Executivo nacional e estadual, que sempre é um ponto de atenção para o mercado. Estamos ainda vivendo outros desafios como a guerra entre Rússia e Ucrânia, que vem gerando um desalinhamento nas cadeias produtivas, freando o avanço da nossa economia, elencou. 

Durante a coletiva, além do balanço de 2022, a presidente da Findes também trouxe algumas perspectivas para o próximo ano. Sabemos que 2023 será um ano que continuará exigindo a nossa atenção, mas construímos uma agenda coletiva e sólida, a Agenda da Indústria Capixaba, para nortear os principais projetos e medidas que precisam ser tomados para continuarmos no caminho do desenvolvimento. 

De acordo com a presidente, no âmbito nacional, a principal pauta da Federação é a recriação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic)Ter uma pasta especializada em desenvolver planejamentos de curto, médio e longo prazo para o contínuo desenvolvimento do setor industrial é fundamental. Assim, poderemos ampliar os ganhos e oportunidades que são gerados pela indústria e que impactam no processo de desenvolvimento do país”, apontou 

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Cris ainda afirmou que a indústria seguirá defendendo as pautas que são importantes para o desenvolvimento do ES e do país. “Um exemplo é a reforma tributáriaimprescindível para dar mais competitividade às empresas nacionais e, consequentemente, incentivar o crescimento econômico sustentado”, enfatizou. 

Outro destaque feito pela presidente foi em relação aos investimentos e projetos industriais previstos para os próximos anos. “Para os próximos cinco anos serão R$ 27,3 bilhões em investimentos no ES distribuídos em 383 projetos identificados pela Bússola de Investimentos da Findes. Estamos falando de negócios como da Olam, Britânia, Suzano, Garoto e Marcopolo. 

 Agropecuária e serviços têm bons resultados 

De acordo com o IAE-Findes, no acumulado de janeiro a setembro deste anoagropecuária foi o setor que mais cresceu em relação ao mesmo período do ano passado 

O indicador positivo foi impulsionado pelo aumento de 15,4% na produção agrícola, com expansão nas principais lavouras do Estado: café (com bienalidade positiva do arábica), banana, cana-de-açúcar e tomate. Mas, no caso da pecuáriahouve recuo de 2,3% devido à redução na produção de leite e de aves e ovos. 

As três atividades que envolvem o setor de serviços (4,6%) também tiveram resultados positivos influenciados pela continuidade no processo de retomada do setor, que teve início no ano passado. Com isso, transporte (2%), comércio (2,2%) e demais atividades de serviços (6,3%) cresceram nos três primeiros trimestres do ano. 

 

Cenário internacional impactou desempenho da indústria 

Ao longo de 2022, o cenário internacional não foi favorável às economias emergentes, é o que explicou a economista-chefe da Findes e gerente-executiva do Observatório da Indústria, Marília Silva:  

“Isso vem ocorrendo uma vez que a aceleração inflacionária e os ajustes monetários nas principais economias mundiais provocaram uma resistência ao aumento de demanda por commodities e demais insumos industriais. Além disso, ainda estamos vendo, no preço dos insumos, os impactos gerados pela guerra entre Rússia e Ucrânia.  

Cris lembra que a indústria representa 27,4% do PIB do Espírito Santo, quase 30% da arrecadação de impostos (ICMS) e mais de 15,5 mil indústrias responsáveis por gerar 220 mil empregos formais. Segundo ela, os números mostram a importância do setor 

O Espírito Santo é um estado com alto grau de abertura comercial e a indústria representa 91% de todas as exportações capixabas. Então, as incertezas no mercado internacional afetam diretamente o desempenho do setor. Porém, precisamos lembrar que, mesmo diante de todos os desafios que a indústria enfrentou ao longo deste ano, ela continua mostrando sua relevância e contribuindo para o desenvolvimento economia capixaba”, afirmou Cris. 

De acordo com a economista-chefe da Findes, o indicador negativo da indústria deve-se, principalmente, ao desempenho das indústrias extrativas (-22,4%) e de transformação (-2%). 

A queda de 22,4% na indústria extrativa é explicada pela redução nas produções das duas atividades que compõem o setor no Estado: petróleo e gás natural (-34%) e pelotização do minério de ferro e outras atividades (-6,1%)”, disse.  

No caso da indústria de transformaçãofabricação de celulose, papel e produtos de papel continuou crescendo. Ao longo dos três primeiros trimestres de 2022, ela acumulou alta de 15,7%, devido ao aumento da demanda interna e externa do produto. Com isso, o segmento acumula três anos de crescimentos consecutivos. 

Todavia, esse bom desempeno não foi suficiente para conter os resultados da fabricação de produtos de minerais não-metálicos (-8,8%), fabricação de coque, de derivados do petróleo e de biocombustíveis (-6,6%), metalurgia (-2,0%) e fabricação de produtos alimentícios (-2,0%), deixando o resultado geral da indústria de transformação negativo. 

Como destaques positivos, podemos citar o desempenho da indústria da construção (16,3%) e do segmento de energia e saneamento (6,8%) do Estado. Vale ressaltar que, de acordo com a análise da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o ano de 2022 tem se revelado favorável ao setor, configurando o segundo melhor ano da última década, atrás apenas de 2021”, apontou Marília.  

Por que a queda da inflação e desemprego contribuíram com crescimento da economia capixaba?  

A economia capixaba contou com bons indicadores ao longo do ano, como queda da inflação e do desemprego. Esse desempenho contribuiu para que a atividade econômica do Espírito Santo, entre os meses de janeiro e setembro, fosse positiva (2,6%) 

“Quando olhamos para o cenário macroeconômico constatamos que a inflação ao consumidor (IPCA), no acumulado em 12 meses, desacelerou de 11,3% no primeiro trimestre para 7,2% ao final do terceiro trimestre. Isso ocorreu, principalmente, devido à redução de tributação sobre os combustíveis, via medida do Governo Federal (Lei Complementar nº 194). Já no ES, a inflação, no acumulado em 12 meses, passou d11,94%, no primeiro trimestre do ano, para 7,07%, no terceiro trimestre”, explicou Marília. 

Marília ainda aponta que, no que diz respeito à melhora no mercado de trabalho nacional, a taxa de desocupação do Brasil caiu 2,4 pontos percentuais a comparação ao 1º trimestre do ano, ficando em 8,7% no 3º trimestre.  

Já no Espírito Santo, o nível de desemprego foi ainda menor, chegando a 7,3% nesse mesmo trimestre (redução de 1,9 p.p. frente ao 1º trimestre de 2022). Se temos mais pessoas empregadas, também temos aumento na renda das famílias, o que possibilita o aumento do consumo”, apontou a economista-chefe da Findes. 

Além disso, ao longo de 2022, governo federal adotou algumas medidas de estímulo econômico. Dentre elas está a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de produtos selecionados e os incrementos de renda (liberação parcial do FGTS, a antecipação de 13º salário e aumento da média da parcela do Auxílio Brasil até dezembro). 

 

Economia capixaba retraiu no terceiro trimestre 

A atividade econômica do Espírito Santo, mensurada pelo IAE-Findes, recuou 1,4% na passagem do segundo para o terceiro trimestre do ano. O indicador foi resultado do desempenho dos setores de serviços (1,3%), agropecuária (4%) e indústria (5,9%). 

O desempenho da economia do Estado no trimestre ficou abaixo do verificado para o PIB do Brasil, que registrou leve aumento de 0,4% no trimestre. A nível nacional, a indústria avançou 0,8%, e os serviços cresceram 1,1%, enquanto a agropecuária caiu 0,9%. 

 

SOBRE OS DADOS   

IAE-Findes   

O Indicador de Atividade Econômica do Espírito Santo – IAE-Findes é uma estimativa trimestral, com abertura setorial, da evolução do PIB capixaba. O IAE-Findes busca reproduzir os cálculos sobre a atividade econômica do estado a partir das metodologias do IBGE para o PIB oficial do Estado.    

Por que um indicador de atividade econômica para o ES?   

O IAE-Findes é um indicador que permite mensurar a atividade econômica capixaba trimestralmente, com abertura setorial enquanto ainda não estão disponíveis as informações anuais do Sistema de Contas Regionais (SCR) do IBGE, que apresentam defasagem de 2 anos.   

 

Fonte: Siumara Gonçalves, com informações do Observatório da Indústria da Findes