Simpósio promovido em São Paulo apresentou a cidade capixaba como modelo de sucesso no avanço dos serviços de água e esgoto
A excelência dos serviços de saneamento básico em Cachoeiro de Itapemirim (ES) foi mais uma vez reconhecida por uma das entidades mais importantes do setor no país, o Instituto Trata Brasil. No seminário “Exemplos em Saneamento Básico – Municípios provam ser possível universalizar serviços e reduzir perdas de água”, promovido no dia 17, em São Paulo, Cachoeiro foi uma das cidades apresentadas como referência na universalização dos serviços de água e esgoto.
O reconhecimento do Trata Brasil rendeu ao município um troféu que foi entregue durante o seminário ao diretor da BRK Ambiental, Bruno Ravaglia. “É importante que experiências e modelos bem-sucedidos sejam compartilhados. O Brasil tem um desafio enorme no saneamento e Cachoeiro é um exemplo de cidade que apostou em um modelo pioneiro e os resultados estão aí para comprovar o acerto dessa escolha”, destacou.
Atualmente, 98,06% do esgoto de Cachoeiro de Itapemirim são coletados, e destes 98,15% são tratados, o que corresponde a cerca de 21 milhões de litros de esgoto tratados diariamente, evitando a poluição do Rio Itapemirim e de córregos. No Brasil, mais de 100 milhões de pessoas ainda não contam com esse serviço. Com quase 212 mil habitantes, Cachoeiro está no seleto grupo de cidades brasileiras que já conseguiram enfrentar e resolver o problema.
Como Cachoeiro chegou lá
Além do reconhecimento das cidades, uma das propostas do seminário foi a de compartilhar experiências que pudessem servir de inspiração para outras cidades. Em qualquer município, a universalização é um processo que envolve muito planejamento e grandes investimentos. Em Cachoeiro não foi diferente. A cidade foi uma das primeiras no Brasil a recorrer à iniciativa privada para garantir o avanço dos serviços.
A concessão ocorreu em 1998, quando menos de 5% das casas eram atendidas com serviço de tratamento de esgoto. Desde então, a BRK Ambiental investiu mais de R$ 210 milhões, que garantiram a expansão dos serviços e um índice de atendimento que levou a cidade ao patamar de modelo para o Espírito Santo e para o Brasil.
Entre as obras mais recentes de destaques, estão a construção de 10 Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) e mais de 60 quilômetros de redes coletoras. As obras beneficiaram 23 regiões. Dentre os distritos e áreas de expansão urbana beneficiados, estão: Aeroporto, IBC, Monte Cristo, Alto Vila Rica, Gironda, Campo Leopoldina, Alto União, Village da Luz, São Luiz Gonzaga, Alto Independência, Soturno, Conduru, Coutinho, São Vicente, Coramara, Monte Cristo entre outros.
O abastecimento de água de Cachoeiro tem também exemplos a compartilhar com outras cidades do Brasil. No início da concessão, eram captados do Rio Itapemirim para tratamento e abastecimento da população 522 litros de água por segundo. Atualmente, mesmo com o crescimento populacional, são captados 430 litros por segundo. Isso se deve aos investimentos e adequações realizados pela concessionária, que possibilitaram o aumento de 40% da resevação de água. Hoje, são 45 reservatórios em operação, monitorados pelo Centro de Controle Operacional (CCO), em tempo real. Esses reservatórios contam com 20 milhões de água tratada para consumo humano.
Esgoto Tratado, pouca água desperdiçada
Além do avanço dos serviços de esgoto, Cachoeiro é exemplo de combate ao desperdício de água. No Brasil, quase 40% da água captada para ser distribuída à população é perdida, seja com vazamentos, roubos ou ligações clandestinas. O índice de perdas em Cachoeiro de Itapemirim quando a BRK Ambiental assumiu os serviços, em 1998, era de 56%. Depois de uma série de investimentos, o município alcançou a marca de 13% de perda física (vazamentos), estando entre os melhores índices do Brasil.
O município é também exemplo quando o assunto é consumo consciente. Antes da concessão dos serviços, cada cachoeirense consumia, em média, 173 litros de água por dia. Desde então, a BRK Ambiental vem promovendo uma série de ações e campanhas educativas que contribuíram para uma redução considerável no consumo per capta de água. Hoje, cada morador usa cerca de 118 litros, índice que está entre os mais baixos do Espírito Santo.
O controle de perdas, associado ao consumo consciente, garantiu mais segurança hídrica a Cachoeiro, cidade situada em um Estado onde diversas regiões enfrentam problemas crônicos no abastecimento, desafio potencializado nos períodos de estiagem. “A universalização é o grande objetivo, mas os desafios continuam. A cidade cresce, se desenvolve, e o saneamento precisa acompanhar esse movimento. Vindo do Trata Brasil, uma das instituições mais compromissadas com a universalização dos serviços de saneamento no país, esse reconhecimento certamente tem uma importância ainda maior e nos estimula a continuar avançando”, finalizou Ravaglia.