“Começa muito longe. Tem nota que parece até um jornal, que é grande. Tem outras menores, pequenininhas. Naquele tempo, até os bancos emitiam a cédula e funcionavam junto ao Tesouro Nacional”, contou Tarcízio.

O colecionador já trabalhou em banco e também foi contador, ou seja, sempre teve dinheiro por perto, na profissão. Mas foi aos 15 anos que ele começou a dar as notas um valor diferente do de mercado.

“Já com 15, 16 anos eu já gostava de separar as moedinhas que, naquela época, eram réis. Dali em diante, foi só um passo para começar e a gostar. Facilitou muito eu trabalhar em banco, sim, porque a gente ficava muito exposto e conversava com muita gente”, disse o idoso.

Para conseguir colecionar, a pessoa precisa desapegar do valor do dinheiro em si, já que há algumas moedas que Tarcízio já tinha na época em que ainda eram utilizadas. Uma nota de 50 mil cruzeiros reais, por exemplo, foi deixada intacta na pasta do colecionador.

As moedas e notas têm tamanhos diferentes e, entre elas, há detalhes que até Tarcízio ainda se surpreende. “Uma vez ou outra, aparecem umas com alguns destaques. Eu tenho cédulas que não têm o outro lado, foram impressas erradamente. Se aparece um negócio desses, eu troco ou compro, mas não exagero”, disse.

Entre as coleções, a mais valiosa para o ex-bancário é a de cartas. Ele guarda todas as correspondências que trocou com a esposa, Silvia, desde o início do namoro, em 1950. “Toda e qualquer pessoa tem um hobby e eu gosto muito disso”, declarou.