Agentes da Polícia Federal cumprem mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira (27), em Cuiabá, nas casas e escritórios de dois advogados que atuam em defesa de políticos mato-grossenses. As ordens foram expedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de acordo com a Polícia Federal.
Um dos advogados é Ocimar Carneiro de Campos, é concunhado do deputado estadual Gilmar Fabris (PSD), que está preso desde o dia 15 deste mês por suspeita de obstrução da Justiça durante a Operação Malebolge, que investiga crimes financeiros e um esquema de corrupção mediante pagamento de propina no governo do estado.
No início da manhã, agentes da PF estiveram no apartamento dele, localizado no condomínio Campo D’Ourique, no Bairro Santa Rosa, em Cuiabá. Ele mora no mesmo prédio que Gilmar Fabris.
Outro alvo da operação, considerada a 13ª fase da Operação Ararath, é o advogado Ricardo Spinelli, que defende Eder Moraes, ex-secretário de Fazenda e da Casa Civil dos governos de Blairo Maggi, hoje ministro da Agricultura, e de Silval Barbosa (PMDB), que firmou acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República (PGR). O G1 ainda não conseguiu contato com os advogados.
Segundo a decisão do ministro Luiz Fux, do STF, dessa terça-feira (26), Spinelli teria se encontrado com Fabris em uma lanchonete depois que o deputado deixou a casa dele às pressas, de chinelo e de pijama, no dia da operação Malebolge. Fabris, de acordo com o magistrado, saiu de casa antes das 6h da manhã segurando uma pasta de mão, possivelmente contendo documentos de interesse da investigação, minutos antes da chegada dos policiais que cumpririam um mandado de busca e apreensão na casa dele.
Essa suposta fuga de Fabris motivou o ministro a pedir a prisão dele, na mesma data da operação.
Ocimar Carneiro de Campos, que é casado com uma irmã da mulher de Fabris, já foi denunciado por suposta participação em um esquema fraudulento que desviou R$ 418,4 milhões dos cofres públicos, de 2008 a 2010. Ocimar, Gilmar Fabris, Eder Moraes e outros 12 suspeitos de fazerem parte da quadrilha, que vigorou na Secretaria de Fazenda de Mato Grosso (Sefaz), foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Conforme o MPE, a quadrilha falsificava papéis de créditos públicos em lotes de cartas de crédito e “fabricava” cartas, no valor de R$ 665,2, sendo que, desse montante total, apenas R$ 153.453.715,39 foram devidamente pagos aos servidores da Sefaz.
Fonte: G1