Com uma recuperação ainda lenta da economia, o números de inadimplentes em todo o País é crescente, atingindo níveis recordes. No Estado, a situação não destoa: por dia, 1.300 pessoas não conseguem pagar as contas e têm o nome negativado. Por mês, os dados mostram que são cerca de 36 mil inclusões no Espírito Santo.
Os dados, da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Vitória, referem-se a pessoas incluídas em julho deste ano no cadastro do Serviço de Proteção do Crédito (SPC).
No País, os números também apontam um cenário preocupante: o total de brasileiros com dívidas em atraso chegou a 63,4 milhões, contingente quase equivalente à população da Itália.
O número assusta, porque a série histórica mostrava uma melhora na inadimplência de março a setembro de 2017, disse Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. No entanto, a reversão das expectativas da economia afetou essa trajetória.
Os dados ainda apontam que os mais pobres são os que mais devem, mas é entre as famílias de maior renda que a inadimplência tem subido, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O gerente de Negócios da CDL Vitória, Geraldo Calenzani, disse que muitas pessoas acabam tendo o nome negativado porque têm dificuldades com orçamento familiar, ou seja, não conseguem colocar na ponta do lápis qual é a receita e quais são os custos mensais que serão comprometidos.
E o pior: no meio disso tudo, aproveitam as facilidades de comprar e, por impulso, extrapolam no cartão de crédito ou no crediário.
Outro motivo, segundo ele, é a situação econômica. “Por mais que neste ano a economia tenha dado uma respirada, ainda enfrentamos a questão do desemprego, principalmente, e também a diminuição de renda”.
Ao fazer projeções para o futuro, ele disse: “Acreditávamos em uma situação melhor neste ano, mas é certo que continuaremos em uma leve melhora até o fim do ano e uma pequena retomada no ano que vem, com esperança de reformas do próximo governo”.