O Corpo de Bombeiros localizou na manhã desta quarta-feira (9) novos restos mortais em meio aos escombros do desabamento do prédio no Centro de São Paulo na última terça-feira (1º).
Foram encontrados ossos da pélvis e vértebras com auxílio cadela farejadora Vasti. O Instituto Médico Legal (IML) foi ao local para recolher os ossos para análise. Os ossos foram encontrados em um terceiro local diferente de onde estavam os de restos Ricardo Pinheiro, a primeira vítima identificada, e os restos mortais encontrados nesta terça-feira (8).
“Esses ossos foram encontrados no subsolo, um local diferente de onde foram achados os outros ossos de ontem”, disse o capitão Marcos Palumbo, porta-voz dos bombeiros. Segundo o capitão, isso reforça a hipótese de que os restos mortais pertençam a indivíduos diferentes.
“Não é possível afirmar se morreram queimadas ou sofreram fraturas”, disse Palumbo. “Só o IML apontará a causa das mortes. Nós não podemos dizer a causa da morte”, afirmou.
Aos jornalistas, Palumbo ressaltou que não é possível determinar, no momento da descoberta, se o material encontrado pertence a uma ou mais vítimas do desabamento.
O legista Paulo Tieppo, do IML, disse ao G1 que “até o momento temos um corpo identificado, do Ricardo, e um osso de um homem não identificado”.
Segundo Palumbo, desde o início dos trabalhos já foram retiradas 2 mil toneladas de destroços do prédio que desabou. O entulho está sendo colocado por máquinas em caminhões.
Durante a madrugada, os bombeiros chegaram ao local onde se encontrava o segundo subsolo do edifício Wilton Paes de Almeida. Ainda que remota, havia a esperança de que pudesse haver, naquele ponto, uma célula de sobrevivência. O prédio contava com 24 andares tinha dois subsolos.
Palumbo disse que os bombeiros têm encontrado no subsolo os escombros muito compactados, mas seguem a estratégia de remoção seletiva do entulho.
A primeira vítima, encontrada na sexta-feira (4), foi identificada como Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, de 39 anos, o homem que morreu quando era resgatado.
Agora, os bombeiros buscam outras seis pessoas nos escombros:
- Francisco Dantas, de 56 anos;
- Selma Almeida da Silva, 40;
- Werner, 10, filho de Selma;
- Wendel, 10, filho de Selma;
- Eva Barbosa Lima, 42;
- Walmir Sousa Santos, 47;
Auxílio aos desabrigados
Na terça-feira (8), as famílias que moravam no prédio começaram a receber o auxílio-aluguel, segundo a Prefeitura.
Os ex-moradores do Wilton Paes de Almeida que permanecem acampados no Largo do Paissandu reforçaram as barracas com lonas na noite desta terça. Com a diminuição das temperaturas na capital paulista, eles reclamam de frio e de cansaço após mais uma noite a céu aberto.