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sbado, 21 de dezembro de 2024
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Em 1998, a Desportiva fazia a melhor campanha capixaba na Copa São Paulo

Em 1998, a Desportiva fazia a melhor campanha capixaba na Copa São Paulo

Todo início de ano é marcado pela realização da maior competição de categoria de base do futebol brasileiro: a Copa São Paulo de Futebol Júnior. Em 2018, Espírito Santo e Rio Branco-ES vão representar os capixabas na competição, que historicamente não possuem um bom desempenho no torneio. No ano de 1998, entretanto, a Desportiva Ferroviária contrariou esse retrospecto, jogou de igual para igual contra gigantes do futebol nacional, e fez a melhor campanha do futebol local na Copinha.

Apesar de aquela campanha ter entrado para a história do futebol capixaba, o início dela não foi dos melhores. A Desportiva Ferroviária estreou na competição no dia 04 de janeiro de 1998, diante do todo poderoso Vasco da Gama, que contava com jogadores como Maricá, Felipe Alvin e o goleiro Hélton. A Locomotiva Grená não foi párea para os cariocas e saiu derrotada por 2 a 0. Para o ex-zagueiro Jocélio, o que pesou a favor do adversário naquela ocasião foi a experiência.

– Aquele jogo nós entramos muito bem, apesar de termos perdido por 2 a 0. O Vasco tinha jogadores experientes, que desceram do profissional para disputar a competição. Nós fizemos um jogo muito bom, parelho, mas o que contou muito naquela ocasião foi um pouco a experiência. Mas fizemos um jogo de igual para igual.

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Mesmo com a boa campanha, os capixabas da Desportiva acabaram eliminados pelo Internacional, na prorrogação (Foto: Divulgação/AE)

Com a derrota na estreia, a Desportiva precisava vencer as duas próximas partidas para seguir sonhando com o título da competição. O próximo adversário foi o Paraná Clube, que também tinha sido derrotado na estreia. O jogo, portanto, tinha contornos de decisão para ambas as equipes. Um revés – ou até mesmo um empate – significaria o adeus ao torneio.

O grande destaque daquele jogo ficou por conta do caçula do grupo, o ex-volante Bruno Roas, que na época tinha apenas 18 anos. O ex-jogador estava no seu primeiro ano no juniores e foi autor de dois gols naquele confronto, na qual a Tiva bateu o Paraná por 3 a 1.

– A motivação era tanta para aquela Taça São Paulo, que na segunda partida contra o Paraná o nosso time foi muito bem. O jogo era de vida ou morte. E graças a Deus fui presenteado e consegui fazer dois gols naquela partida.

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Ex-volante grená Bruno Roas, que atualmente é fotógrafo, participou da campanha na Copa São Paulo de 1998 (Foto: José Renato Campos/GloboEsporte.com)

No dia 11 de janeiro foi realizado o terceiro e último jogo da fase de grupos. A Desportiva enfrentou a União Barbarense, equipe da cidade de Santa Bárbara D’Oeste, sede do Grupo I da competição. Com três pontos cada e precisando da vitória para se classificar às oitavas de final como um dos melhores segundos colocados, os grenás fizeram sua segunda decisão em quatro dias.

A Desportiva venceu pelo placar mínimo, num chute de fora da área do ex-zagueiro Didinho, no final do jogo. Para Rodrigão, parceiro de zaga do autor do gol, a grande dificuldade naquele confronto foi a pressão por enfrentar a equipe da casa.

– Contra a União Barbarense foi a pressão ter que enfrentar o time da casa. Mas no final do jogo, num chute de fora da área do Didinho, nós conseguimos a vitória e a classificação. Foi a partir daí que começou a nossa trajetória na Taça São Paulo.

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Zagueiro Didinho foi um dos destaques da época na Desportiva Ferroviária (Foto: Arquivo/A Gazeta)

Terminada a fase de grupos, a Locomotiva Grená terminou na segunda colocação do Grupo I, com seis pontos, e se classificou como um dos melhores segundos colocados. Na segunda fase, os capixabas enfrentaram o todo poderoso Corinthians.

A equipe paulista esteve no Grupo B e se classificou na primeira colocação, vencendo os três jogos da primeira fase. Eles contavam com jogadores que viriam a integrar o elenco profissional do clube e se destacaram com a camisa alvinegra, como: Yamada, Gil, Ewerton, Edu, Kleber e Fernando Baiano.

O ex-lateral-direito Marreta relembrou como foi após a vitória por 1 a 0 diante da União Barbarense e a notícia de que a Desportiva enfrentaria o Corinthians nas oitavas de final.

– Vencemos a União Barbarense por 1 a 0 e já fomos para a concentração. Quando saiu que pegaríamos o Corinthians – que tinha um timaço -, muita gente disse que tomaríamos goleada.

Um fato inusitado, antes da partida contra o Corinthians, envolveu a imprensa. De acordo com os ex-jogadores da Locomotiva Grená, alguns repórteres achavam que os alvinegros iriam enfrentar a Ferroviária-SP, e não a Desportiva Ferroviária.

– Nós chegamos lá como um time desacreditado. Os repórteres até nos confundiram com a Ferroviária de São Paulo. Então sempre tínhamos que estar relembrando a eles que éramos da Desportiva Ferroviária do Espírito Santo. Eles sempre faziam isso, não sei se de propósito – relembrou Jocélio.

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O gol de Corinthians 0 x 1 Desportiva Ferroviária pela Copa São Paulo de 1998

O confronto contra o Corinthians foi realizado 10 dias depois da estreia e do revés diante do Vasco. A partida aconteceu em São Paulo, no campo do Nacional, e a Desportiva, com um gol de pênalti de Douglas, venceu a partida por 1 a 0 (veja o gol no vídeo acima). O ex-goleiro Ludmar lembra que na concentração, na véspera do duelo, Douglas sonhou que balançaria as redes.

– Estávamos alojados no Pacaembu. Na manhã do jogo contra o Corinthians, durante o café, o Douglas falou pra mim: “sonhei que vou fazer o gol da vitória”. Quando aconteceu o gol de pênalti, ele correu em direção ao banco, falando palavrões (risos) e apontando pra mim: “eu falei, eu falei”.

Além de confundir a Desportiva Ferroviária com a Ferroviária-SP antes do jogo, outra polêmica envolveu alguns jornalistas após a vitória dos capixabas. Ludmar revelou que parte da imprensa paulista cogitou o fato dos jogadores da Tiva estarem dopados na partida.

– Na vitória diante do Corinthians, nós corremos muito e, por isso, toda a imprensa paulista começou a questionar o uso do exame anti-doping na competição. Chegaram a levantar suspeita que o nosso time estava usando alguma substância proibida. Mas foi por pura choradeira da imprensa. O Corinthians, ao contrário, nos respeitou.

O craque daquela equipe era Eldio. O ex-atacante relembrou o confronto e a vitória diante do Corinthians, e como aquele triunfo foi importante para aumentar a confiança do time.

– Sem dúvida o nosso jogo mais importante foi contra o Corinthians. Além da tradição, o clube também tinha jogadores de Seleção Brasileira e a partida foi televisionada. Depois daquele jogo, vimos que a nossa equipe tinha condições de lutar contra qualquer um.

Nas quartas de final, outra pedreira no caminho da Desportiva: o Internacional. Mas diferentemente do Corinthians, os Colorados tinham perdido na fase de grupos. Os gaúchos fizeram parte do Grupo H, se classificando na primeira colocação, com apenas seis pontos. Na segunda fase, assim como a Locomotiva Grená, eles eliminaram um gigante paulista – o Santos – por 1 a 0.

O Inter era comandado pelo técnico Guto Ferreira, que esteve à frente da equipe na campanha do acesso à Série A do Brasileiro, em 2017. E dentro de campo contava com Fábio Rochemback, que chegou a atuar profissionalmente pelo Barcelona, e do zagueiro Lúcio, que viria ser campeão da Copa do Mundo quatro anos depois.

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Os gols de Internacional 2 x 1 Desportiva Ferroviária pela Copa São Paulo de 1998

Após empate por 1 a 1 no tempo normal, o Internacional fez o gol da classificação na prorrogação (assista os gols no vídeo acima), acabando com o sonho dos capixabas e empurrando o time rumo ao tetracampeonato da competição. Segundo Marreta, o grande erro da Desportiva naquela eliminação foi o fato de não ter concluído a gol as oportunidades criadas durante a partida.

– O Internacional tinha uma base da Seleção Sub-20, na época, com jogadores que até jogaram na Europa. Tem horas que futebol é decidido por pequenos detalhes. Quando você faz algo dentro de campo e não conclui, de fazer um gol para dar segurança ao time, como foi contra o Corinthians, que nós saímos na frente, e depois ditamos o nosso ritmo. Foi o que faltou diante do Internacional. Na prorrogação fomos para cima, mas num contra-ataque o Inter fez o gol da classificação.

Apesar do título não ter sido conquistado, a campanha na Taça SP de 1998 foi um marco, não só para a história do futebol capixaba, mas para os jogadores que integraram o elenco da Desportiva naquela competição.

Segundo Bruno Roas, os dois grandes pontos principais daquela equipe eram a união e a vontade de vencer. Ele acredita que isso fez com que a Tiva chegasse longe naquela Copinha.

– Sem dúvida a união do grupo e a vontade de todos de ganhar. A gente treinou muito antes de ir para lá. Chegamos lá e tudo que nos propomos a fazer aconteceu. Nós não fomos campeões, mas foi uma campanha maravilhosa.

Mas para Eldio, o grande diferencial daquele time estava na qualidade do elenco.

– Além de entrosado, nosso time era diferenciado, técnico e versátil. Poderiam pegar um zagueiro nosso e colocar no meio de campo que mesmo assim ele jogaria bem.

Paredão relembra duelos decisivos

Revelado no Araripe, o ex-goleiro Merivaldo também relembrou as duas partidas mais importantes para os capixabas na competição. Os duelos diante de Corinthians e Internacional colocaram os jovens jogadores da Desportiva em outro patamar, sendo inclusive aproveitados no time principal que dois anos depois seria campeão estadual.

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Merivaldo, ex-goleiro da Desportiva Ferroviária (Foto: Chico Guedes/Arquivo/A Gazeta)

– Classificamos para pegar o Corinthians, que tinha um timaço. Passamos por eles e pegamos o Internacional, que tinha sete jogadores da seleção brasileira de base. Foi o melhor time que a Desportiva montou na categoria de juniores, e o grupo era muito unido, uma família mesmo. Depois dessa competição, uns seis ou sete jogadores foram campeões estaduais em 2000.

Atualmente, Merivaldo está aposentado do futebol e atua como preparador de goleiros do time do São Mateus, além de fazer o curso de educação física. O ex-atleta vai fazer parte da comissão técnica da equipe mateense para o Capixabão 2018 e também vai trabalhar nas categorias de base do clube, para no segundo semestre, entrar na Copa Espírito Santo com um elenco formado por garotos.

Campanha da Tiva na Copa SP 1998

Primeira Fase
04 de janeiro – Desportiva Ferroviária 0 x 2 Vasco da Gama
07 de janeiro – Desportiva Ferroviária 3 x 1 Paraná Clube
11 de janeiro – Desportiva Ferroviária 1 x 0 União Barbarense

Segunda Fase
14 de janeiro – Desportiva Ferroviária 1 x 0 Corinthians

Quartas de Final
18 de janeiro – Desportiva Ferroviária 1 x 2 Internacional (na prorrogação)

Delegação que disputou a Copa SP 1998

Goleiros: Merivaldo e Ludmar
Laterais: Jeferson Marreta, Bezerra e Alair
Zagueiros: Didinho, Felipe, Rodrigão e Jocélio
Volantes e meias: Nirlan, Douglas, Estefinha, Bruno Roas, Marcelo Aguiar e Quissamã
Atacantes: Eldio, Cristiano Magrão, Mandi, Evandro e Caniggia
Treinador: Arnaldo Traspadini
Preparador físico: Hebert Albert
Médico: Dr. Eduardo
Roupeiro: Carioca
Dirigente: Almir Kruger

Título da Copa Rio Sub-17, de 1995: o início da geração

Se engana quem acha que a equipe da Copa SP 1998 foi montada para a disputa da competição. O trabalho foi iniciado anos antes e já tinha gerado frutos. A Desportiva Ferroviária, em 1995, foi campeã da Copa Rio Sub-17, nas cidades de Araruama e Quissamã, no interior do Rio de Janeiro.

A Locomotiva Grená realizou oito jogos na competição, tendo vencido sete e perdido um. Na trajetória do título, a Tiva passou pelo Flamengo nos pênaltis, na segunda fase, e levantou o troféu diante do Fluminense, após uma vitória por 3 a 2 na decisão. O time teve como destaques Eldio e Miquimba, que foram responsáveis por seis dos 12 gols marcados pelos grenás no torneio.

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Time campeão da Taça Rio Sub-17 posa ao lado do Governador do Espírito Santo, Vitor Buaiz (Foto: Arquivo/A Gazeta)

O ex-volante Nirlan acredita que a boa campanha na Copa SP, em 1998, foi resultado de um trabalho iniciado ainda antes do título da Copa Rio, em 1995.

– Jogamos juntos no infantil, juvenil e juniores. Sempre a mesma base. A gente se conhecia só de olhar um para o outro. Em 1995, fomos jogar a Taça Rio e fomos campeões perdendo apenas um jogo e daí pra frente resultou na boa campanha da Copa São Paulo. Hoje é muito diferente. Naquela época era muito melhor. Os clubes olhavam com mais carinho para a base e eu não vejo mais isso.

Marreta diz que o trabalho foi iniciado dois anos antes do título da Copa Rio. O ex-lateral afirma que o trabalho começou a ser iniciado no mirim, durante a disputa da Copa A Gazetinha. E, com o passar dos anos, alguns jogadores foram chegando e encorpando a equipe.

– O início foi na época do 12/13, para disputar a Copa A Gazetinha. O grupo foi formado ali. Com o passar dos anos, outros jogadores vieram, como o Didinho e o Rossato, e melhoraram ainda mais o time. Mas a gente vinha jogando junto desde os 12 anos de idade, tanto que quando chegou lá na Copa SP, a gente pôde apresentar um bom futebol para todos.

A atenção dada à base (comparação com a base atual)

Durante o período da Copa Rio Sub-17, em 1995, e a Copa SP, em 1998, a Desportiva Ferroviária tinha o aporte financeiro da Vale do Rio Doce. De acordo com Eldio, esse era um dos fatores para a equipe ter uma boa categoria de base. Além disso, o ex-atacante frisa a boa safra de jogadores e o trabalho realizado pelos profissionais do clube com os atletas.

– Naquela época, além de ter uma safra muito boa na base, a Desportiva ainda tinha o apoio total da Vale do Rio Doce. Além disso, era feito um trabalho diferenciado com os garotos, como o desenvolvimento motor, controle, domínio… Hoje em dia é tudo focado mais na força e velocidade e esquecendo a técnica.

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Equipe juvenil da Desportiva dá a volta olímpica após o título da Copa Rio sub-17 (Foto: Arquivo/A Gazeta)

Um pouco mais além de Eldio, Marreta acredita que a base, hoje em dia, frisa o aspecto financeiro.

– A base, antigamente, tinha pessoas que tinham mais condições. Nós tivemos uma boa base, por isso que a maioria chegou ao profissional. Hoje eu vejo que as escolinhas partem para o lado financeiro. É algo para ganhar dinheiro. Eles não se preocupam mais a ensinar os meninos a como dominar, a tocar, até mesmo a se comportar dentro e fora de campo. Hoje eu vejo um mecanismo financeiro na maioria das escolinhas.

Ludmar, revelado pelo Solvive, chegou ao time grená em 1996, logo após o time ser campeão da Taça Rio. O ex-goleiro elogiou a estrutura da Tiva, apesar de ser inferior a das grandes equipes que os grenás enfrentaram na Copa SP.

– A estrutura da Desportiva não era igual a de Inter, Corinthians e Vasco. Mas, tínhamos material bom, chuteiras, luvas, alimentação… E hoje a gente ouve alguns relatos que os jogadores da base tem até que levar material de casa para jogar. Não adianta os clubes locais quererem apenas investir no profissional e esquecerem da base. Coisa que não acontecia na nossa época.

Pós-carreira Copa SP 1998

Após a campanha na Copa SP 1998, muitos jogadores integraram o elenco profissional da Desportiva, que disputou a Série B do Campeonato Brasileiro 1998 e chegou no Quadrangular Final da competição. Alguns seguiram carreira profissional e outros pararam precocemente.

Um dos que se encaixa no perfil citado acima é Nirlan. Ele integrou o elenco da Desportiva na Segunda Divisão do Brasileiro, mas encerrou a sua carreira com apenas 22 anos.

– Depois da Copa São Paulo joguei no profissional da Tiva (Brasileirão Série B 1998), Nacional de Itaguaçu, Santa Maria e no Vocem, de Assis, da Quarta Divisão do Campeonato Paulista. Eu fui pra lá junto do Rodrigão. Fiquei apenas três meses e sem receber nenhum salário. Com 22 anos, desanimei do futebol e voltei para o Vitória, onde trabalhei nas Lojas Americanas. Mais pra frente um amigo meu me colocou no ramo de remédios, onde estou até hoje.

O ex-lateral Marreta foi um dos que teve carreira mais longeva. Ele também integrou o elenco grená que jogou a Série B de 1998, mas depois rodou por clubes do interior paulista, encerrando a sua trajetória em 2006, no Vitória-ES, com a conquista do título Capixaba.

– A maioria subiu para o profissional, logo depois que voltamos da Taça SP. Nós fizemos parte do grupo da Desportiva que chegou até o Quadrangular Final do Campeonato Brasileiro Série B de 1998. Eu rodei, fui para São Paulo, joguei no Monte Azul, na Portuguesa Santista. Depois eu voltei e joguei no Riachuelo e acabei parando no Vitória-ES, sendo campeão Capixaba em 2006.

Já Eldio teve um período de testes na Roma-ITA e no Corinthians. Após encerrar a sua carreira, o ex-jogador se manteve na área do esportes, depois de ter entrado no ramo da construção civil.

– Quando encerrei a carreira entrei no ramo da construção civil, montei uma empresa de reformas e acabamentos, mas acabei descobrindo que minha área era mesmo no campo da educação física, onde estou no quinto período da faculdade. Tenho um projeto de polo aquático, que já está sendo aplicado em duas escolas públicas e mais para frente vou apresentá-lo em Foz do Iguaçu, no meu TCC.

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Após a boa campanha com a Desportiva na Copa São Paulo, Éldio chegou a jogar na Roma, da Itália (Foto: Montagem/Arquivo Pessoal)

Bebeto Capixaba na Roma

Entre todos os jogadores do elenco da Desportiva Ferroviária, que fez a melhor campanha capixaba na Copa São Paulo, o atacante Eldio foi que mais se destacou após o torneio. De corpo franzino, habilidoso e veloz, logo chamou a atenção de outros clubes de fora do estado e até do país – Eldio passou por um período na Roma, da Itália – e ganhou o apelido de Bebeto Capixaba.

– Desde novo, fisicamente e o aspecto de andar e correr eram semelhantes ao do Bebeto, tetracampeão mundial. E logo que subi para o profissional, como meu corpo era muito franzino, o apelido pegou. Foi bom também que agregou em minha carreira.

No futebol italiano, foi um curto período, mas o Bebeto Capixaba aproveitou a oportunidade de treinar com grande jogadores.

– Eu passei pouco tempo na Roma, mas a experiência foi muito boa. Não fiquei por o clube tinha muitos atacantes. Mas joguei com Aldair, Cafu, Antônio Carlos, Totti, Delvecchio, Candela… jogadores de nível de seleção. Todos esses momentos no clube serviram para o desenvolvimento da minha carreira e também como um incentivo – contou o jogador.

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O atacante Éldio teve passagem por times pequenos do futebol italiano antes de encerrar a carreira (Foto: Arquivo Pessoal)

Além da experiência no futebol Europeu, Eldio passou outros clubes do Brasil. Em 2003, retornou a Itália, onde ficou atuando por times de divisões inferiores.

– Encerrei a minha carreira em 2011, mas me destaquei no Bahia, Americano, Ceilândia, Brasiliense… Também joguei no Corinthians e voltei para a Itália onde atuei por oito anos pelo Mantova, Casaleone e Castel d’Ario. São times pequenos na Itália, mas pode-se colocar como patamar de Série A aqui no Brasil.

Amizade de anos

O vínculo entre os jogadores daquele grupo é tão forte que a relação extrapolou as quatro linhas e o passar dos anos. A amizade iniciada no início da década de 1990 perdura até os dias de hoje.

Em outubro deste ano, alguns membros daquele elenco se reuniram em Cariacica para um reencontro. Foi realizada uma pelada e um churrasco para que os amigos de longa data colocassem o papo em dia e relembrassem as “resenhas” de 20 anos atrás.

– As boas lembranças são as viagens. Hoje você está vendo que são amizades de 30 anos. São muitas histórias, se você for parar para contar uma vai até demorar. Mas, eu acho que a questão era a harmonia, o respeito e o carinho que cada um tinha um pelo outro. A gente sempre se encontra e procura relembrar as coisas do passado – finalizou Marreta.

Fonte: globoesporte