Desde o último fim de semana, o número de banhistas reclamando de queimaduras por águas-vivas em Vitória, Fundão, Linhares e em Aracruz tem aumentado nas redes sociais. O engenheiro Lucas Aoki Rodrigues, de 25 anos, conta que sofreu queimaduras enquanto surfava com quatro amigos em Regência, Linhares.
Ele, que sempre vai a Regência para praticar o esporte não se lembra de outra vez ter visto águas-vivas por lá. “Acho que nunca fui queimado por uma água-viva lá. E todo mundo que estava comigo se queimou também. Vou sempre, pelo menos na temporada do verão, e esse dia foi agora, dia 24 de dezembro pela manhã, às vésperas do Natal”, finaliza.
EM VITÓRIA
O coordenador de Monitoramento Costeiro e Ecossistemas da Prefeitura de Vitória (PMV), Paulo Pinheiro Rodrigues, comenta que nessa época do ano é comum que a incidência de águas-vivas aumente. “As águas frias atraem esses animais, assim como os plânctons dos quais eles se alimentam”, explica.
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Ele avalia que embora seja menor, a incidência dessas águas-vivas em Vitória também se dá por uma outra categoria, que não possui tentáculos e, por esse motivo, não queima. Ainda assim, quando for queimado, o coordenador orienta que as pessoas passem vinagre na lesão imediatamente, para cortar o efeito do veneno da água-viva.
“Em Vitória, por exemplo, não é comum de acontecer, mas não podemos eliminar as possibilidades. Nesses eventos, os salva-vidas estão capacitados para atender e instruir a população, e até mesmo colocar avisos sobre a ocorrência das águas-vivas e possibilidade de queimaduras. É um processo natural e dinâmico”, completa.
TARTARUGA SE ALIMENTA DE ÁGUAS-VIVAS
De acordo com o coordenador de Monitoramento Costeiro e Ecossistemas da Prefeitura de Vitória (PMV), Paulo Pinheiro Rodrigues, é importante preservarmos a vida marinha até para manter o equilíbrio ecológico. Prova disso é o fato de as tartarugas marinhas se alimentarem de águas-vivas.
“A própria natureza se encarrega de manter o equilíbrio no número desses animais, então é só a gente preservar”, simplifica. “Em nossa baía temos grande quantidades de filhotes de tartaruga verde, que podem nos ajudar a diminuir a concentração dessas águas-vivas em nossas praias”, conclui.
O QUE FAZER DEPOIS DE SER QUEIMADO POR ÁGUA-VIVA?
Segundo o coordenador do Toxcen, Nixon Sesse, ao entrar em contato com a pele humana, a água-viva libera um veneno pelos tentáculos. Mesmo quando morto, o animal ainda tem no corpo substâncias que podem aderir à pele.
Ele explica que o veneno causa, na maioria das vezes, reações leves, como coceira e queimaduras que ficam doloridas. “Reações graves acontecem ocasionalmente, como dor de cabeça, náusea, vômitos, dificuldade para respirar e arritmia cardíaca. Nesses casos um médico deve ser procurado”, esclarece.
O diretor comenta que ao sofrer a queimadura, o banhista deve manter a calma e tentar sair da água o mais rápido possível para não correr o risco de se afogar, caso o veneno cause alguma reação grave. “Além disso, não se deve tentar remover os tentáculos da pele com as próprias mãos e nem coçar ou esfregar o local”, aponta.
O Centro de Atendimento Toxicológico do Espírito Santo (Toxcen) orienta que no momento da queimadura o local deve ser lavado abundantemente apenas com água do mar. “Uma medida que deve ser evitada é passar pomadas ou qualquer outra substância na região atingida, o que pode aumentar a lesão”, diz.
Para tratar a queimadura por água-viva, a pessoa pode lavar a região afetada com vinagre, sem esfregar, por cerca de 5 a 10 minutos, e alternar com água do mar por duas ou três vezes. Caso a dor continue, podem-se utilizar compressas geladas no local.
Segundo o diretor, se a dor não melhorar, ou surgirem reações alérgicas, o banhista deve procurar um atendimento médico. Nunca utilizar água doce, como água mineral, torneiras ou chuveiros.
O Toxcen pode ser acionado em casos de emergência por meio do número 0800 283 9904.
Fonte: Gazeta online