A inflação medida pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) para o Dia da Criança ficou em 4,13%, superando a variação média da inflação geral medida pelo pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC-FGV), que ficou em 3,17% no acumulado dos últimos 12 meses.
Segundo o coordenador do IPC-FGV, André Braz, o cálculo da inflação para o Dia da Criança considera itens que tiveram alta de preços, como despesas com lazer, que subiram 4,76%; doces e salgados (7,62%), ingressos para espetáculos (6,72%) e sucos de frutas fora de casa (6,40%).
Já a variação média das despesas com presentes para o Dia da Criança foi de 0,63%, contra 7,51% em igual período do ano passado. Segundo Braz, esse resultado reflete “um período recessivo onde boa parte das famílias está sofrendo de alguma forma com desemprego”.
Nas despesas com presentes comuns para esta época, as maiores elevações foram registradas nos videogames (5,69%) e jogos para recreação (4,89%). Em contraponto, a maior redução foi registrada no preço das bicicletas, que caiu 2,76% em relação ao Dia da Criança do ano passado.
As despesas com vestuário mostraram variação de 2,32%, com destaque para os calçados infantis, que tiveram alta de 5,77%.
Sondagem
A pesquisa Sondagem do Consumidor, elaborada pelo Ibre-FGV, destaca que a intenção de compra para o Dia da Criança melhorou em relação a 2016, de 63 para 64,3 pontos. O levantamento foi feito com 1.830 consumidores do país, no mês passado.
Com 56,4%, os brinquedos lideram a preferência dos consumidores para presentear no Dia da Criança.
A coordenadora da pesquisa, Viviane Seda Bittencourt, destacou que além da disposição do consumidor de aumentar suas compras para a data comemorativa este ano, o valor médio que pretendem gastar no presente também subiu. Em 2016, a média era de R$ 78,6 e este ano a estimativa é de R$ 82,5.
Segundo a economista, o cenário econômico mais favorável contribuiu para essa melhoria, em especial pela redução significativa da inflação no período, a queda da taxa de juros e a liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que levou os consumidores que estavam muito endividados a organizar a situação financeira de suas famílias. “Isso contribuiu para que eles agora, estivessem um pouco mais liberados para consumir”.
Por classes de renda, a pesquisa mostra que a intenção do consumidor de gastar mais no Dia da Criança é influenciada pelas famílias com maior poder aquisitivo, com ganho mensal superior a R$ 9,6 mil “Eles possuem um indicador mais alto. Estão com indicador de intenção de compra de produtos para o Dia da Criança de 82 pontos, muito mais alto que os das outras faixas de renda. Obviamente, eles contribuem muito mais para a intenção de gastos que as demais faixas”, analisou a economista.
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