Facebook acredita que a realidade aumentada pode dar “superpoderes” às pessoas
24 ago, 2020
Na última sexta-feira (21), o Facebook anunciou uma nova pesquisa de inteligência artificial (IA) que pode ajudar a preparar o caminho para uma mudança significativa em como a tecnologia – e alguns dispositivos que a incorporam – funciona em nossas vidas diariamente.
A companhia anunciou uma espécie de simulador de som do mundo real, que permitirá pesquisadores a treinar sistemas de IA em espaços tridimensionais virtuais com sons que imitam aqueles que ocorrem dentro de espaços como casa e trabalho.
Isso abre a possibilidade de que um assistente de IA, por exemplo, possa ajudar o dono a encontrar o celular que está tocando em outro cômodo distante.
Além disso, o Facebook também revelou uma ferramenta de mapeamento de espaços internos, que tem como objetivo ajudar os sistemas de IA a lembrar detalhes de espaços internos. Por exemplo, a quantidade de cadeiras em uma sala de jantar ou se existe uma xícara em um balcão.
Podem parecer simples, mas essas funções ainda não podem ser realizadas com a tecnologia de hoje. Alto-faltantes inteligentes, como a Alexa, da Amazon, não pode “ver” o mundo ao seu redor. Os computadores também não são tão bons quanto os humanos para se orientar em uns espaços internos.
Mike Schroepfer, diretor de tecnologia do Facebook, espera que este trabalho, embora esteja em um estágio inicial, possa eventualmente ajudar outros produtos, como óculos inteligentes, a ajudar você a se lembrar de tudo: desde onde você deixou as suas chaves até se você já adicionou essência de baunilha à uma tigela em uma receita.
Em resumo, Schroepfer quer aperfeiçoar a IA para que ela aperfeiçoe a nossa própria memória.
“Se for possível construir esses sistemas, eles podem ajudar as pessoas a lembrarem as partes importantes de sua vida”, disse Schroepfer ao CNN Business em uma entrevista sobre a visão da empresa para o futuro da IA.
Mas o objetivo de Schroepfer pode depender do poder de convencimento da empresa às pessoas a confiarem no Facebook. Afinal, desenvolver esse tipo de tecnologia pode significar entrar profundamente em nossas vidas pessoais.
Trata-se de uma questão nada fácil depois de anos de controvérsias de privacidade e preocupações sobre quanta informação pessoal a rede social já possui de seus usuários.
E para transformar esses sistemas de IA no tipo de máquina de memória que Schroepfer imagina, você teria que usar um par de óculos de realidade aumentada com sensores – que até agora não têm conquistado tantos consumidores assim.
O Facebook, como outras empresas de tecnologia, como Snap e (supostamente) a Apple, estão trabalhando em óculos de realidade aumentada.
“No final do dia, a nossa esperança é que esses óculos de realidade aumentada estejam dando superpoderes às pessoas”, disse Schroepfer.
O Google Glass, com sua tela minúscula e câmera frontal, não se tornou popular entre os consumidores, mas renasceu como um dispositivo corporativo.
A controladora do Snapchat também fez várias tentativas de lançar óculos de sol para gravação de vídeo e teve prejuízos de quase US$ 40 milhões por excesso de estoque de sua versão de primeira geração.
Mas, talvez, os óculos inteligentes que podem ajudá-lo a rastrear sua carteira sejam um pouco mais atraentes do que os óculos que podem simplesmente tirar uma foto dela.
A última pesquisa de inteligência artificial do Facebook se baseia em um simulador de ambiente de código aberto existente e que a empresa lançou em 2019, chamado AI Habitat.
Esse simulador visa permitir que os pesquisadores de IA treinem rapidamente os sistemas de IA em réplicas digitais de aparência realística de espaços reais, como uma cozinha ou uma sala de estar quarto.
Com o tempo, esse tipo de pesquisa de IA poderia ser usado por robôs assistentes, mas estes que ainda estão em seus estágios iniciais de compreensão e navegação em espaços internos.