O Espírito Santo registrou 1.101 novos casos de pessoas com o vírus HIV em 2018, segundo dados do Boletim Epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa-ES). O vírus é o causador da Aids.
As festas de carnaval são um período de alerta para o contágio do vírus que, sem cura, o número de casos vem aumentando desde 2014.
No estado, entre 1985 e 2018 foram notificados 15.570 casos de HIV. Destes, 67% dos registros são de homens (10.441 casos) e 33% são de mulheres (5.130 casos).
Quanto à forma de contágio, segundo a Sesa, 72% contraíram o vírus por meio de relação sexual.
O aumento segue a tendência dos últimos quatro anos, em que a quantidade de infectados dobrou em relação aos dados obtidos até 2014, quando os novos diagnósticos anuais somavam em média 500 casos.
A coordenadora do programa de DST e Aids da Secretaria de Saúde, Sandra Fagundes Moreira, explica que o aumento decorre também de uma tentativa do Estado de identificar e tratar desses casos.
“A gente tem tido uma média de 1200 novos casos por ano, mas a gente tem todo um planejamento de diagnóstico, por isso que tem aumentando esse número. A gente quer realmente identificar os HIV positivos, porque tratando essa pessoa, elas não vão ter Aids. Então elas vão ficar com carga viral seja negativa e indetectável, dessa forma, a pessoa não passa o vírus em uma relação sexual”, explica.
Sandra também alerta para o aumento de infectados com o vírus no período de carnaval. “É uma época que as pessoas ficam mais livre. Para prevenir tem que ter sexo seguro e o cuidado próprio de não reutilizar qualquer material como seringas e agulhas, que são materiais perfurocortantes”.
Caso haja algum risco de contágio, a coordenadora orienta que a pessoa busque atendimento em um Serviço de Aids ou em uma unidade que faça atendimento emergencial em até 72 horas depois, para dar início ao tratamento. “Esse tratamento é feito por um mês e a pessoa fica imune ao vírus”, diz Sandra.
Teste rápido de HIV — Foto: Caroline Aleixo/G1
O que é
O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o vírus causador da Aids (síndrome da imunodeficiência adquirida). No entanto, há muitas pessoas com o vírus HIV que vivem durante anos sem desenvolver a síndrome.
Transmissão
O HIV é transmitido nas relações sexuais desprotegidas, no compartilhamento de seringas e agulhas, transfusão de sangue contaminado, reutilização de objetos perfuro-cortantes com presença de sangue ou fluidos com o vírus e durante a gravidez/parto e amamentação (se a grávida HIV positiva não tomar os medicamentos antirretrovirais).
Sem cura
Uma vez no sangue, o HIV não é eliminado. O que se pode fazer é reduzir a carga viral com o chamado “coquetel antirretroviral”, que diminui a taxa de multiplicação do HIV. A doença tem tratamento, mas ainda não tem cura.
Fonte: G1