Desde julho deste ano, uma polêmica envolve mais de 15 países da Europa sobre dezenas de milhões de ovos contaminados com fipronil, um remédio para parasitas externos de uso proibido em galinhas. Apesar de Portugal ter sido citado na lista da Comissão Europeia de países envolvidos na contaminação, o Ministério da Agricultura português afirma que não há ovos contaminados no país.
Em nota divulgada hoje (5), a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), vinculada ao Ministério da Agricultura, afirmou que os ovos suspeitos identificados em Portugal foram adquiridos na Bélgica, por um consumidor final português e que não há riscos para a população.
“Os serviços dos RASFF [Rapid Alert System for Food and Feed] comunicaram às autoridades portuguesas o envio de uma remessa de ovos para um consumidor final em Portugal. Os ovos pertenciam a um lote proveniente da Bélgica sobre o qual recai a suspeita de contaminação por Fipronil. Tratando-se de uma situação pontual, que está detectada, as autoridades portuguesas estão a tomar todas as diligências e a prestar informação às autoridades europeias a fim de retirar Portugal da lista de países afetados pela contaminação”, diz a nota.
Ainda segundo a DGAV, as autoridades portuguesas desencadearam uma operação de fiscalização das produções nacionais e de recolha de amostras para análise. Todos os resultados foram negativos. Os ovos consumidos em Portugal são essencialmente provenientes da produção nacional e são de casca marrom. A contaminação por fipronil foi detectada em ovos de casca branca, produzidos e comercializados por outros estados-membros da União Europeia.
O Fipronil é um pesticida destinado a combater parasitas externos e sua utilização é recomendada para animais de companhia, sendo proibida para animais destinados ao consumo humano.
A Autoridade para a Segurança Alimentar e Econômica (ASAE) de Portugal acredita que os ovos comprados pelo consumidor português podem nem sequer ter chegado ao país. “Estamos no terreno a avaliar exatamente a quantidade comprada, que foi pequena e, por isso, tudo indica que fosse para consumo”, disse à agência Lusa o inspetor-geral da ASAE, Pedro Portugal Gaspar, acrescentando: “os ovos podem ter sido consumidos fora do território nacional”.
Segundo Gaspar, os dados que as autoridades portuguesas têm indicam que se trata de uma “transação doméstica” e que o comprador é da zona norte do país. Quanto ao risco para a saúde, o responsável lembra que o fipronil está identificado como de “risco moderado”, portanto o consumo pontual não representa maiores preocupações.
Segundo os dados mais recentes divulgados pela agência Lusa, na União Europeia apenas a Croácia e a Lituânia não apresentaram ovos contaminados, uma crise que atinge ainda a Noruega, o Liechtenstein, a Suíça e a Rússia.
Ainda de acordo com a Lusa, o tema está hoje em discussão na reunião informal dos ministros da Agricultura da União Europeia, em Talin, na Estônia, e da qual participa o comissário europeu para a Saúde, Vytenis Andriukaitis.
Segundo o jornal português Diário de Notícias, no dia 11 de agosto deste ano, a Comissão Europeia confirmou que ovos contaminados com fipronil haviam sido encontrados em 15 países da União Europeia (Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, França, Holanda, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Polônia, Reino Unido, Romênia e Suécia), além de Suíça e Hong Kong.
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