Aos 63 anos, o empresário Juarez Bento Alves descobriu um tumor avançado na próstata. Ao contrário da família, que ficou desesperada com o diagnóstico da doença, ele enfrentou a fase de luta contra o câncer com tranquilidade e fé.
Pai de seis filhos e avô de oito netos, Juarez afirma que já se sentia realizado com a própria história de vida, o que espantou o medo e o fez se manter otimista. “Tudo tem um lado bom e um ruim. A vida é assim. Quando descobri a doença e toda a família ficou abalada, eu disse que já tinha tido muitos filhos e netos. Havia vivido o bastante e aceitaria a vontade de Deus, seja ela qual fosse”, explica.
De acordo com o empresário, três casos da doença, incluindo o dele, foram descobertos na família no mesmo período, o que tornou aquele momento ainda mais marcante. “Esses dois parentes que tiveram câncer morreram. O único que ficou vivo fui eu. E aí a família ficou ainda mais preocupada comigo”.
Tratamento
Como o tumor foi descoberto em fase avançada, não foi possível que Juarez passasse por uma cirurgia para retirá-lo. O procedimento indicado foi a radioterapia e, em seguida, a hormonioterapia.
O rádio-oncologista que tratou o idoso foi Carlos Rebello, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV). Segundo o médico, um dos benefícios do tratamento é a preservação dos órgãos saudáveis que estão próximos ao tumor.
A técnica empregada foi a Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT), que minimiza a ocorrência de reações inflamatórias nas estruturas sadias.
“A bexiga e o intestino ficam muito perto da próstata. Na radioterapia, utilizamos máquinas de última geração que liberam radiação concentrada no órgão”, esclarece o doutor.
Atualmente com 70 anos, Juarez Bento, sempre bem-humorado, afirma não ter nenhuma sequela resultante do tratamento. Ele trabalha, é famoso pelo ótimo churrasco que faz e mantém as suas atividades normalmente. “Uma dica que dou é ser otimista. Acredito que isso tenha ajudado no meu tratamento. E também indico que homens com mais de 60 anos façam o exame de PSA pelo menos a cada seis meses”, diz Juarez.
Carlos Rebello reforça o pedido de Juarez. “Nos idosos, os tumores se desenvolvem com maior agilidade, o que torna necessário que os exames sejam feitos com maior frequência”, explica o médico. Ainda de acordo com o doutor, quem tem entre 45 e 60 anos deve fazer o exame anualmente.