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sbado, 21 de dezembro de 2024
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10 mitos e verdades sobre a infertilidade em homens e mulheres

10 mitos e verdades sobre a infertilidade em homens e mulheres

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que cerca de oito milhões de pessoas sofrem com a infertilidade no Brasil e mais de 50 milhões em todo o mundo. Segundo a entidade, é considerado infértil um casal que mantém relações sexuais sem métodos contraceptivos durante 12 meses sem engravidar. Apesar de boa parte da população ser infértil, muitos fatos ainda são desconhecidos.

As técnicas de reprodução humana têm sido aliadas desses casais que, cada vez mais, contam com o auxílio de procedimentos como o congelamento de óvulos, Fertilização in Vitro (FIV) e inseminação artificial. Em 2017, por exemplo, mais de 36 mil ciclos de FIV foram realizados no Brasil e mais de 78 mil embriões congelados, um aumento de 17% em relação ao ano anterior.

Pedro Monteleone, especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e coordenador técnico do Centro de Reprodução Humana do Departamento de Ginecologia do Hospital das Clínicas, desmistificou algumas informações sobre as causas da infertilidade.

A idade aumenta a infertilidade em mulheres.

Verdade. A fertilidade feminina tem uma relação direta com a idade. A mulher nasce com as células precursoras dos seus óvulos já formadas no ovário. A cada mês, essas células são disponibilizadas durante a ovulação. Alguns folículos são selecionados e, apenas um se desenvolve e o óvulo conclui sua maturação. Os outros são descartados (na menstruação). Com o passar dos anos, aumenta a incidência de erros nesse processo, o que ocasiona a formação de embriões menos aptos para a fecundação, resultando na queda das taxas de gravidez.

A mulher é mais infértil que o homem.

Mito. A fertilidade do homem e da mulher têm fisiologias diferentes e, portanto,
mecanismos patológicos diversos. Em geral, a probabilidade de mulheres e homens serem portadores de infertilidade é homogênea. A proporção de casais inférteis por fatores femininos ou masculinos é semelhante, inclusive com fatores associados mistos, ou seja, quando ambos apresentam problemas. Também há um número significativos de casos sem fator algum encontrado na investigação básica. A grande diferença é que a idade tem uma contribuição mais relevante no prejuízo da fertilidade da mulher.

O uso de medicamentos pode melhorar a fertilidade.

Verdade. Na presença de situações que contribuam para a infertilidade, o uso de terapias medicamentosas pode contribuir para melhora da função reprodutiva. Por exemplo, em mulheres com dificuldades ovulatórias devido a Síndrome dos Ovários Policísticos, as drogas indutoras da ovulação podem corrigir o problema, favorecendo a concepção.

Estresse causa infertilidade.

Mito. É muito frequente a presença de estresse no casal com dificuldades de engravidar. Contudo, este estresse é uma consequência do problema, não a causa. Diversos tratamentos são realizados para resolução da infertilidade, em todos eles, o estresse não participa na avaliação prognóstica da chance de sucesso de tratamento. Portanto, o estresse não causa nem contribui para a dificuldade de se alcançar a gravidez.

Não há prevenção para a infertilidade.

Mito. Mulheres que engravidam antes dos 35 anos, em geral, têm menos dificuldade em alcançar a maternidade do que após esta idade, tanto pelo possível acúmulo de exposição a situações que potencialmente causam infertilidade, mas também pela própria queda da qualidade ovular com o avançar da idade.

O que é muito importante, principalmente para as mulheres, é manter em dia a rotina ginecológica, dieta balanceada e atividade física regular. Doenças como Síndrome dos Ovários Policísticos e Endometriose, por exemplo, podem ser controladas desde o diagnóstico, diminuindo assim a probabilidade da necessidade de técnicas de Reprodução Assistida para engravidar.


A obesidade atrapalha a fertilidade.

Verdade. A obesidade pode atrapalhar a fertilidade, uma vez que a gordura corporal pode ser uma fonte de descontrole hormonal, levando a alteração do ciclo, muitas vezes até com interrupção da ovulação. Além disso, as mulheres com sobrepeso têm risco maior de desenvolver diabetes e pressão alta durante a gravidez.

Usar anticoncepcional causa infertilidade.

Mito. O uso de anticoncepcionais orais não causa infertilidade. As pílulas têm
como função bloquear os ovários, impedindo a ovulação. Entretanto, quando a mulher para de tomar, essa função é reestabelecida. O que acontece é que os ovários podem demorar até quatro meses para retornarem sua função normal. Isso varia de acordo com a fisiologia de cada mulher.

O diabetes afeta a infertilidade.

Verdade. A Diabetes descompensada pode afetar a função ovulatória por uma série de mecanismos. Um deles é a insensibilidade periférica à insulina. Toda essa patologia pode afetar a função da tireoide, bem como dos ovários, levando a ciclos anovulatórios, quando não há liberação de óvulos.

Endometriose dificulta a gravidez.

Verdade. Endometriose é uma doença inflamatória sistêmica que pode afetar a qualidade dos óvulos e do endométrio, o que pode dificultar a gestação espontânea. Porém, as taxas de sucesso aumentam quando a mulher que possui a doença é submetida a Fertilização in Vitro (FIV).

O diagnóstico precoce da infertilidade aumenta as chances de gravidez.

Verdade. O principal fator de infertilidade se relaciona com a idade da mulher. Mulheres mais jovens têm, a princípio, qualidade ovular melhor. Quanto mais cedo investigamos e sabemos a causa da infertilidade do casal, mais rápido podemos tomar a conduta terapêutica, melhorando as chances de gestação.

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