Torcida do Flamengo lotou o estádio Kleber Andrade, mas saiu decepcionada e protestando contra o time, que perdeu para o Athletico/PR por 3 a 0
A festa estava preparada para o Flamengo, com todos os 19,5 mil ingressos vendidos com duas semanas de antecedência e a torcida empolgada e empurrando o time desde o aquecimento. Faltou, porém, o time fazer a parte dele. Numa noite trágica, o Flamengo perdeu para o Athletico/PR por 3 a 0, no estádio Kleber Andrade, em Cariacica, nesta quarta-feira (13), pela 23ª rodada do Brasileirão.
Se começou a noite sob muitos aplausos, o Fla saiu de campo vaiado e ironizado pela própria torcida. Com a derrota, o time rubro-negro permanece com 39 pontos, na quarta colocação, podendo ser ultrapassado pelo Fluminense até o final da rodada. A derrota e a forma como ela aconteceu era tudo que a equipe não precisava às vésperas do primeiro jogo da final da Copa do Brasil, domingo, contra o São Paulo. O técnico Jorge Sampaoli volta a ficar com a corda no pescoço.
Já o Athletico/PR, que está invicto há nove rodadas, subiu para a sexta posição, agora com 37 pontos.
O Fla começou com Léo Pereira e Fabrício Bruno na zaga, David Luiz como volante e Thiago Maia na lateral esquerda. Após os 15 minutos, três saídas erradas fizeram a torcida ficar assustada: a primeira com o goleiro Matheus Cunha, a segunda com o zagueiro David Luiz e a terceira numa jogada individual de Gabigol. Porém, o Furacão não conseguiu aproveitar nenhuma delas.
Mas o Athletico/PR passou a gostar do jogo. E abriu o placar aos 26 minutos com Cacá. Após cobrança de escanteio ensaiada, Vitor Bueno teve todo o tempo do mundo pra ajeitar a bola e chutar de longe. A bola desviou no atacante Pedro e complicou a defesa do goleiro Matheus Cunha, que rebateu com as pernas. No rebote, Cacá não desperdiçou e fez 1 a 0.
A partir dali, a torcida escolheu David Luiz como vilão, com vaias a cada toque do zagueiro na bola e pedidos para a entrada de Everton Ribeiro.
Aos 44, enfim, o Fla chegou com perigo. Em cobrança de escanteio de Gabigol, Léo Pereira desviou de cabeça e Madson tirou quase em cima da linha. Mas ficou nisso.
No segundo tempo, o técnico Jorge Sampaoli tirou David Luiz e botou o meio-campista Allan e trocou Victor Hugo por Everton Ribeiro.
As mudanças surtiram pouco efeito nos primeiros minutos. E o time ainda perdeu Allan, que pediu pra sair aos 16 minutos, com lesão muscular, e deu lugar a Igor Jesus. Aos 19, Gabigol deixou o braço em Cuello e levou amarelo. Na revisão do VAR, o árbitro Rafael Klein trocou o cartão amarelo pelo vermelho e expulsou o atacante.
A torcida perdeu a paciência de vez e passou a cantar “Time sem vergonha”, repetindo o canto de protesto da noite anterior, no desembarque do time no Espírito Santo. Everton Cebolinha passou a ser o maior alvo das vaias.
Matheus Cunha, aos 29, fez milagre e evitou o pior ao defender cabeçada à queima-roupa de Pablo. E Léo Linck devolveu do mesmo jeito ao fazer linda defesa após finalização de Pedro, que quase empatou aos 31.
Só que, aos 38, Léo Pereira cortou passe de Willian Bigode, mas a bola caiu no pé de Alex Santana, que bateu de primeira, sem chance para Matheus Cunha, fazendo 2 a 0 para o Furacão. A torcida do Flamengo não perdoou e passou a gritar “olé” contra o próprio time.
Pra “fechar o caixão”, Everton Ribeiro cometeu pênalti em Rômulo já aos 48. Vitor Bueno cobrou e fez 3 a 0 para o Athletico/PR.
Tentativa de invasão e confronto com a polícia
Do lado de fora, já no segundo tempo, um grupo de torcedores tentou invadir o estádio e entrou em confronto com a Polícia Militar, que disparou tiros de bala de borracha na direção dos invasores. Enfim, uma noite trágica para o flamenguista no Espírito Santo.
Flamengo 0 x 3 Athletico/PR
Estádio: Kleber Andrade
Flamengo: Matheus Cunha; Wesley, Fabrício Bruno, Léo Pereira e Thiago Maia; David Luiz (Allan e, depois, Igor Jesus); Gerson, Victor Hugo (Everton Ribeiro); Cebolinha, Pedro e Gabigol. Técnico: Jorge Sampaoli
Athletico/PR: Léo Linck; Madson (Bruno Peres), Cacá, Thiago Heleno e Esquivel; Hugo Moura (Alex Santana), Erick, Zapelli (Willian Bigode), Vitor Bueno e Cuello (Rômulo); Pablo. Técnico: Wesley Carvalho
Gols: primeiro tempo — Cacá, aos 26 minutos. Segundo tempo — Alex Santana, aos 38 minutos, Vitor Bueno, aos 48
Juiz: Rafael Rodrigo Klein (RS)
Cartão vermelho: Gabigol
Renda e público: não divulgados
VÍDEOS | Torcedores do Flamengo invadem Kleber Andrade e PM revida
Imagens que se espalharam pelas redes sociais mostram que a PM usou balas de borracha e bomba de efeito moral para dispersar o grupo
Durante o jogo do Flamengo contra o Athletico/PR no Kleber Andrade, em Cariacica, válido pelo Brasileirão, na noite desta quarta-feira (13), um grupo de torcedores invadiu o estádio já no segundo tempo da partida e entrou em confronto com a Polícia Militar.
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Imagens que se espalharam pelas redes sociais mostram que a PM usou balas de borracha e bomba de efeito moral para dispersar o grupo. Catracas do estádio também ficaram danificadas.
O Flamengo perdeu a partida para o Athletico/PR por 3 a 0 e saiu de campo vaiado e ironizado pela própria torcida.
O presidente da Ordem dos Advogados do Espírito Santo (OAB-ES), José Carlos Rizk Filho, foi um dos que compartilharam o vídeo que mostra a confusão na entrada do estádio. Na postagem nas redes sociais, Rizk escreveu:
“Torço que o futebol seja sempre uma grande festa do esporte aonde as famílias possam usufruir com paz e alegria. Infelizmente nem sempre é assim… solução? Educação, educação e mais educação”.
O que pode acontecer agora?
A invasão de um grupo de torcedores pode prejudicar ainda mais o Flamengo. O clube pode ser denunciado no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que prevê multa de R$ 100 a R$ 100 mil e perda do mando de campo de uma a 10 partidas. Punições semelhantes às aplicadas recentemente a Santos e Vasco.
Os ânimos já estavam exaltados desde a noite de terça-feira (12), quando o elenco rubro-negro chegou ao Espírito Santo para o jogo no Kleber Andrade.
Cerca de 400 torcedores aguardavam pelo time em frente ao hotel na Enseada do Suá, em Vitória, mas os jogadores passaram sem dar atenção.
O comportamento inflamou os ânimos. Membros de torcida organizada chegaram a chutar as grades que impediam o público de entrar no hall de entrada do hotel.