por Carlos Guimar* Decretada há quatro meses com o intuito de diminuir os índices de criminalidade, a estratégia de intervenção militar no Rio de Janeiro, antes de tudo, deve ser revista e ter a velocidade reprogramada. Tudo é muito urgente quando vidas estão em perigo. As forças armadas, que já vem atuando desde meados de 2017, quando foi instituída a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) e, em seguida, com a efetivação da intervenção militar em fevereiro de 2018, fecha os primeiros meses de atuação apresentando pequena redução nos números de violência no Estado, devido a todo o contexto envolvido podemos entender como ínfimo. Vale ressaltar também que embora os números mostrem aparente redução ou manutenção em relação a 2017, ainda estão muito acima do que ocorreu em anos anteriores, como em 2015 ou 2016. Contudo, a ideia de ficar “enxugando gelo” ou demonstrar força, como no caso da Vila Kennedy, na Zona Oeste do Rio, deve ser abandonada de imediato e não pode ser direcionada para outros lugares, pois sempre haverá recursos para a reposição pelos marginais, enquanto a cadeia logística do crime permanecer ativa. Ao mesmo tempo em que se luta por recursos financeiros, a altura do problema, que jamais chegarão, e tiverem que se virar com o mínimo disponível, os criminosos seguem juntando fortunas com o tráfico de drogas, armas, cargas roubadas, cobrança de pedágios, sinais de TVs e transporte clandestinos. Hoje, estamos vendo uma amostra de gestão pelo Comando Militar responsável, mas vale lembrar que o buraco é muito mais fundo e, ainda, que será necessário manter toda essa estrutura depois. A regra de instalar e operar sempre foi seguida do manter. Muito se fala da inteligência e sua forma direta de se traduzir na produção de um conhecimento, entretanto, é importante salientar que é preciso velocidade nas ações, pois este conhecimento tem que ser oportuno. O crime é organizado e se movimenta constantemente, inclusive, com ações estratégicas. Um exemplo é a nova formação de grupos “narcomilicianos”, em que há união de milícias e demais facções criminosas. A expectativa está em quando será quebrada a gestão e a cadeia de suprimentos do crime. É de conhecimento que nos presídios estão os “cabeças”, ou os “chefes”, e que as estradas, aeroportos, portos e outros atracadouros clandestinos são os locais por onde chegam os suprimentos. Então, por que ainda não se ocupou os presídios? E por que ainda não se está sufocando por terra, céu e mar? Ficam as perguntas diante de uma realidade na qual a intervenção tem validade. Combater o crime é inevitável e urgente, não sendo apenas uma ação de governo e, sim, de Estado. A questão está em como ficará a situação em breve e quando acabará este último suspiro. * Carlos Guimar é sócio-diretor da ICTS Security, consultoria e gerenciamento de operações em segurança, de origem israelense. |
Sobre a ICTS Security
A ICTS Security (www.ictssecurity.com.br) é uma empresa de consultoria e gerenciamento de operações em segurança, de origem israelense. Proporciona tranquilidade pessoal e aos negócios de seus clientes ao oferecer segurança e proteção com agilidade e independência, fundamentada em visão e conhecimento abrangente de riscos. Executa soluções pragmáticas, dinâmicas e integradas com uso de metodologia pioneira e tecnologias atuais. Presente no Brasil desde 1995, atende a clientes com os mais variados desafios em questões de segurança, bem como organizações com logísticas complexas e altamente expostas a riscos, a partir de escritórios em São Paulo e Rio de Janeiro. Sua metodologia de resultados comprovados e sua equipe de profissionais altamente qualificados lhe confere o reconhecimento como referência no mercado. A ICTS Security é uma empresa ICTS. |
Artigo: O que se espera (va) da intervenção militar na segurança do Rio de Janeiro?
18 jun, 2018
Post AnteriorPlataforma online traz informações sobre medicamentos biossimilares no Brasil
Próximo PostPrefeitura de Iconha inicia projeto de Educação Tributária com Seminário