Desde que eu era criança, ouvia dizer, que os mil passariam, mas os dois mil, não. Confesso que ficava atemorizado com isso. Eu nasci em 1964 e já ficava contando os dias preocupadíssimo. Quando consultava minha saudosa mãe sobre o assunto, ela sempre dizia para eu não me preocupar, pois o Evangelho diz: “Quanto àquele dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai”.( Marcos 13,32). Crendo nessa frase e nos conselhos maternos, fui perdendo o medo e tomando consciência que quando eu partir, aí sim, terminou para mim, portanto tenho que dar o máximo de mim para entregar este mundo em melhores condições do que encontrei. É aqui que começa minha reflexão. Na vida, infelizmente, pois não era para ser desse jeito, sempre existem aqueles que querem se sobrepor aos outros. Gostam de fazer calúnias esquecendo-se que a longo prazo o prejudicado será o caluniador e não o caluniado; outros acham que se sentem bem desprezando o próximo e esquecem-se que o desprezado é que será exaltado; tem ainda os que se acham soberanos, sem escrúpulos, gananciosos e preconceituosos, pois não imaginam que isso leva a sua própria derrota e não daqueles que são taxados de subalternos. Diante disso pergunto: nestes três exemplos, para quem o mundo vai acabar? Raciocine e descubra. Não será difícil. Muitas atitudes mesquinhas que praticamos, essas sim acabam com o mundo: o cidadão herda do seu pai uma reserva de mata, a destrói sem se preocupar com a natureza e causa destruição na vida de terceiros. (infelizmente muito desmatamento ainda é feito por aí a fora. Aqui não porque quase tudo foi destruído) Outro exemplo: compro uma propriedade que tem boas nascentes, não as preservo, elas secam e faltará água para todos. Isso é não cuidar do que é meu e são formas de acabar com o mundo. Perceberam? São más ações praticadas por nós mesmos que levam ao “fim do mundo”. Outra selvageria que colabora com o término do mundo para muitos é a violência. Chacinas acontecendo a torto e a direito; feminicidio cada vez mais comum; roubos e assassinatos à luz do dia; trágicos acidentes nas Rodovias e BRs; trabalho semi-escravo nos rincões do Brasil; tráfico humano e de orgãos e por aí vai. ( Se fosse listar tudo, o texto ficaria enorme). Se formos notar, essa “colaboração” com a morte precoce dos outros, acontece com a má conduta de quem as pratica. Quando o amor e a paz reinarem concretamente entre as pessoas, com certeza o final de nossa estadia aqui não será antecipado. Diante disso tudo, fica a certeza que é nosso dever cuidar desse lugar que Deus nos presenteou para vivermos. Não sabemos quando seremos chamados de volta. Por isso, não nos descuidemos de nossa missão: proteger e cuidar do nosso planeta, pois outras gerações virão e também terão suas obrigações, afinal, ninguém deseja que o mundo acabe, não é verdade?
(José Alberto Valiati – 22/11/2018)